Max Weber foi um
importante intelectual, jurista e economista alemão, vivendo nos séculos XIX e
XX, conhecido como um dos fundadores da sociologia. Seu objetivo era que essa ciência fornecesse
ferramentas para que entendêssemos a realidade.
As diferentes
sociedades possuem diferentes concepções de certo e errado, ou seja, possuem
diferentes valores. Mesmo que todos tenham conhecimento do que é aceitável ou
não, existem indivíduos que não os seguem e esse fato é de extrema importância
e deve ser objeto de estudos da sociologia.
Para entendermos melhor
tanto a teoria weberiana como a realidade brasileira a utilizaremos para fazer
uma análise crítica do atual sistema carcerário.
Segundo o Ministério da
Justiça o Brasil, em 2016, possuía uma população carcerária de mais de
seiscentos mil detentos, com perspectiva que esse número amplie-se e alcance 10%
da população em 2075.
Mesmo correspondendo a
pouco mais de 50% da população, mais de 60% dos prisioneiros são negros ou
pardos e normalmente de camadas mais pobres. Devido a essa discrepância
torna-se necessário avaliar a situação com deferentes óticas.
A escola positivista,
tendo como principal expoente Auguste Comte, utilizou como método a observação
e o empirismo e era influenciada fortemente pelas ciências naturais e exatas,
entre elas a biologia. Ao analisar esse fato, pelo positivismo, uma conclusão
possível é que membros de certas etnias estão propensos a serem criminosos por
fatores não escolhido por eles como biológicos.
Os funcionalistas, como
Émile Durkheim, poderiam descrever que esses indivíduos não se enquadram na sua
função social, em uma sociedade orgânica, então seria justificável sua exclusão
do sistema para manter a estabilidade social.
Outra explicação pode
vim do marxismo, que através do materialismo histórico, afirma que a principal força
de ação é o econômico. Essas prisões poderiam ser consequências da luta de
classes em que os oprimidos resistem à exploração de diferentes formas e são
punidos por isso.
Essas escolas possuem
algo em comum, mantém o foco na sociedade e não no indivíduo. Todas foram
fortemente criticadas por Max Weber, as duas primeiras são influenciadas pelo
determinismo e defendem uma estratificação social, enquanto a última restringe
o campus de estudo, não abordando todos os fatores e querendo prever o futuro,
que seria o “fim da história” com o sucesso da revolução proletária.
Para entendermos o que
leva alguém a negar os valores da sociedade e cometer crimes, precisamos
observar as particularidades desses indivíduos, pois eles têm motivos, passados,
perspectivas e objetivos diferentes. Sendo assim inviável elaborar “leis” que digam
o que levam as pessoas a cometerem crimes. Caso sejam feitas seriam falhas e
não aplicáveis na maioria das situações, sendo dispensável, já que a ciência
deve ser universal.
A ciência só se
aproxima da realidade quando os pesquisadores não deixam os resultados serem influenciados
por suas ideologias e não se apegam somente a um ponto de vista.
Outro fator importante
são as relações sociais, indivíduos podem alterar seu comportamento dependendo
com quem desenvolvem essas relações. Podendo elas ser outro fator que
explique a não obediência aos valores da sociedade, mas principalmente auxilia
entendermos os altos índices de reincidência nas prisões brasileiras, pois
nessas instituições são juntados aqueles que cometeram delitos leves e graves.
Fazendo desenvolver novas relações que serão mantidas depois da libertação e
podem acarretar em uma escalada de periculosidade do detento, conforme esse se
envolve nesse submundo.
Ajuda a explicar o
motivo de a maioria dos detentos serem de etnias negras ou pardas entendo
aqueles que são responsáveis pelas prisões, investigações e julgamentos. Por
mais que seja disfarçado o racismo está presente e infelizmente não deixa de
ser um valor da sociedade que influencia quem conseguirá alcançar os cargos
mais altos, como: juízes, promotores, delegados, governantes, entre outros. O
racismo além de favorecer alguns profissionalmente e politicamente também
interfere nos julgamentos, pessoas que cometeram o mesmo crime podem pegar
penas diferentes dependendo de suas características físicas.
Max Weber foi um dos
mais importantes pensadores ocidentais, ainda tendo grande influência em várias
questões, entre elas a ciência. A elaboração desse texto mostra que suas teorias
ainda pode ser atuais e aplicáveis em exemplos práticos para permitir sua
compreensão.
João Pedro Costa Moreira 1º
Ano Direito Noturno
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