O individualismo metodológico, também chamado de compreensivismo, é o método usado por Max Weber, aonde o enfoque principal é a análise das ações individuais num contexto coletivo. Para Weber, o agir social depende diretamente dos valores que estão presentes na consciência de cada indivíduo. Os valores podem ser espirituais, tradicionais, baseados na razão. Assim, o sociólogo separa a ação social em quatro tipos. Como primeiro, temos a ação racional com relação a um objetivo. Isto é, uma ação que tem como base uma finalidade, não importando os meios para se chegar a esse fim. O segundo tipo é a ação racional com relação a um valor. Seria uma atitude guiada por valores, por ideias, independentemente das circunstâncias ou do fim que ela geraria. A terceira ação é a afetiva; aquela guiada por emoções. Por último, temos a ação tradicional, baseada em costumes e crenças. Assim, cada atitude individual seria guiada por um valor, que cabe ao indivíduo selecionar, de acordo com a situação em que se encontra. Na sociedade, teríamos uma interconexão entre essas ações. Ou seja, esse agir do indivíduo gera um relação social e esse conjunto de ações resulta, por exemplo, no Estado, na família, na própria sociedade.
Com relação a Marx, este colocava como causa das ações a economia, tratada como infraestrutura do social. Apesar de seguir uma linha similar, Weber não descarta outras causas possíveis das ações. Para se chegar à verdade científica, é necessária uma comparação entre o fato e o tipo ideal. Este último é um método de análise: é a impressão que determinado contexto nos passa e que na realidade não existe. Seria algo possível de ser real de acordo com as circunstâncias, mas a partir da desconstrução, vemos que não passa de uma utopia.
Através das ideias de Weber, podemos buscar entender com mais clareza o que teria levado, por exemplo, à sociedade alemã aderir ao nazismo, ou às potências europeias do século XIX adotarem uma postura imperialista às demais nações. Esses acontecimentos completamente questionáveis no quesito ético seriam vistos para Weber como muito mais do que influenciados pela economia; mas sim como resultado de causas variadas que provém, primeiramente, da consciência de cada ser humano que concordou, mesmo que involuntariamente, com essas práticas. Fica aqui a questão de repensar quais valores vêm sendo tidos como base para nossas atitudes cotidianas, visto que as mesmas nunca são fatos isolados, mas há todo um contexto e uma responsabilidade social que se relaciona diretamente a elas.
Anna Beatriz V. Scachetti- 1º ano direito, diurno
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