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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Max Weber: do individualismo à ação social

Max Weber foi um grande intelectual alemão do século XIX que, ao lado de Auguste Comte e Émile Durkheim, é considerado por muitos como um dos fundadores da Sociologia. Sua análise sociológica, entretanto, diferencia-se dos demais no instante em que estabelece novos pressupostos e novos objetos de estudo.

Diferentemente de Comte, por exemplo, Weber critica as ciências nomológicas, ou seja, aquelas como a Física e a Química, que criam leis universais, absolutas e imutáveis. Para ele, a Sociologia deve ser encarada sob a ótica da realidade, considerando a heterogeneidade social e suas respectivas particularidades. Nesse sentido, ele argumenta que as leis devem servir apenas como meio e não como fim da análise sociológica, dado que, no seu ponto de vista, a praticidade dos fatos, de acordo com uma verificação empírica, é em uma instabilidade constante.

Quando comparado com Karl Marx, a linha de pensamento de Weber corrobora com alguns aspectos e diferencia-se em relação a outros. Ao versar sobre economia, por exemplo, ambos os pensadores reassaltam sua importância no contexto da dominação, muito embora Weber atribua menos significância a ela, já que a considera como somente uma das formas de controle.

O ponto principal do ideal propagado por Weber, todavia, consiste na compreensão do significado de ação social como fator determinante às relações interpessoais. Segundo ele, o agir humano é determinado por um sentido, que, quando interpretado corretamente, gera uma correspondência entre as ações, possibilitando a comunicação e a imediata tomada de decisões, sendo elas consciente ou espontânea. Dessa forma, ele pauta sua reflexão central no indivíduo e não no grupo social - diferentemente de Durkheim - apesar de considerar, em suas análises, a cadeia de elementos na qual o ser encontra-se inserido, de onde provêm as influências religiosas e familiares, por exemplo.

Além disso, Weber classifica as ações sociais em quatro tipos. A primeira, racional com relação a um objetivo, é aquela na qual o ator social combina os meios para atingir um fim. Já a segunda, denominada "racional com relação a um valor", corresponde às pessoas que agem de acordo com seus ideais, disseminando determinados juízos de valores. A terceira classificação, por sua vez, chama-se "ação tradicional", a qual, como o próprio nome diz, liga-se aos hábitos e costumes da época. O último tipo de ação, afetiva ou emocional, entretanto, é aquela estimulada pelas paixões do indivíduo, bem como se relata em diversos filmes, livros, poemas e músicas. O trecho a seguir, da música "Domingo no parque", de Gilberto Gil, evidencia, de maneira poética, mas impactante, este último tipo de ação.

"O rei da brincadeira - ê, José
O rei da confusão - ê, João
Um trabalhava na feira - ê, José
Outro na construção - ê, João
(...)
Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana, seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João
O espinho da rosa feriu Zé
E o sorvete gelou seu coração
(...)
Olha o sangue na mão - ê, José
Juliana no chão - ê, José
Outro corpo caído - ê, José
Seu amigo, João - ê, José

Amanhã não tem feira - ê, José
Não tem mais construção - ê, João
Não tem mais brincadeira - ê, José
Não tem mais confusão - ê, João"

Bruno Medinilla de Castilho - 1º ano - Direito/matutino














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