As
ideias de Max Weber e Émile Durkheim são, em parte, convergentes – os dois autores
alegam que a sociologia deve ser fundamentada em termos neutros, ou seja, isenta,
na medida do possível, de juízos de valor por parte do sociólogo. Desta forma, o
alemão tem no alicerce de seu método de análise sociológica o empirismo. Segundo
Weber (1994, p. 112), quanto maior o significado cultural de um dado problema,
e quanto menos for possível extrair respostas do material obtido de forma
empírica, será proporcionalmente maior o papel dos axiomas da fé e das ideias
éticas. Ou seja, o empírico deve ser base da obtenção da análise para que esta
não seja distorcida ou alterada pelo juízo de valor de quem analisa.
Ademais, mostra-se que, ao criticar
a imprecisão dos princípios universalmente válidos e ao “denominador comum”
característico do marxismo, Weber é essencialmente um crítico das verdades
absolutas não comprovadas, do uso de princípios para se deduzir implicações:
afirma ser ingênuo acreditar na necessidade, para a ciência social prática, o
estabelecimento deste princípio e seu uso para inferir normas de solucionar
problemas práticos singulares.
Conquanto haja congruência entre
parte das ideias de Weber e de Durkheim, é necessário também ressaltar
diferença substancial entre elas: Durkheim corroborava a análise das ações sociais
com foco no coletivo, na medida que Weber busca esta análise por meio do enfoque
no indivíduo, ou seja, a óptica individual é fato significativo no momento da
ação social, em detrimento do panorama e influência do coletivo que caracteriza
o fato social de Durkheim. Destoa aqui também, portanto, de Marx, que, malgrado
de forma distinta, também considera o coletivo como superposto ao individual no
tangente à ação social.
Aqui reside, então, grande
contribuição de Max Weber. Ao romper com a visão do coletivo de Durkheim e Marx
e trazer a individualidade ao centro da análise sociológica, consegue mudar o
panorama vivido pela sociologia e reformular suas bases. Passa-se, com Weber, a
considerar-se a importância do indivíduo de forma significativa, e a
analisar-se cada atitude por perspectivas que não são – ao menos não
completamente – geradas apenas pela coerção social.
Gabriel Cândido Vendrasco - 1º ano diurno
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