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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O embate de Weber para com a análise na óptica do coletivo



           As ideias de Max Weber e Émile Durkheim são, em parte, convergentes – os dois autores alegam que a sociologia deve ser fundamentada em termos neutros, ou seja, isenta, na medida do possível, de juízos de valor por parte do sociólogo. Desta forma, o alemão tem no alicerce de seu método de análise sociológica o empirismo. Segundo Weber (1994, p. 112), quanto maior o significado cultural de um dado problema, e quanto menos for possível extrair respostas do material obtido de forma empírica, será proporcionalmente maior o papel dos axiomas da fé e das ideias éticas. Ou seja, o empírico deve ser base da obtenção da análise para que esta não seja distorcida ou alterada pelo juízo de valor de quem analisa.
            Ademais, mostra-se que, ao criticar a imprecisão dos princípios universalmente válidos e ao “denominador comum” característico do marxismo, Weber é essencialmente um crítico das verdades absolutas não comprovadas, do uso de princípios para se deduzir implicações: afirma ser ingênuo acreditar na necessidade, para a ciência social prática, o estabelecimento deste princípio e seu uso para inferir normas de solucionar problemas práticos singulares.
            Conquanto haja congruência entre parte das ideias de Weber e de Durkheim, é necessário também ressaltar diferença substancial entre elas: Durkheim corroborava a análise das ações sociais com foco no coletivo, na medida que Weber busca esta análise por meio do enfoque no indivíduo, ou seja, a óptica individual é fato significativo no momento da ação social, em detrimento do panorama e influência do coletivo que caracteriza o fato social de Durkheim. Destoa aqui também, portanto, de Marx, que, malgrado de forma distinta, também considera o coletivo como superposto ao individual no tangente à ação social.
            Aqui reside, então, grande contribuição de Max Weber. Ao romper com a visão do coletivo de Durkheim e Marx e trazer a individualidade ao centro da análise sociológica, consegue mudar o panorama vivido pela sociologia e reformular suas bases. Passa-se, com Weber, a considerar-se a importância do indivíduo de forma significativa, e a analisar-se cada atitude por perspectivas que não são – ao menos não completamente – geradas apenas pela coerção social.

Gabriel Cândido Vendrasco - 1º ano diurno

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