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domingo, 24 de junho de 2012

Macbeth e a veracidade da profecia

Macbeth sozinho. Solidão que vem como verdade inevitável a partir da construção do tipo ideal planejado pela personagem, que resultou em fracasso.
A construção de relações que pareceram suficientemente motivadas para a mente de Macbeth levaram-no à ruína. Seria uma verdade incontestável aquilo que três bruxas lhe disseram na encruzilhada? Se foi verdade ou não, só o tempo lhe disse, mas o presente foi capaz de lhe dizer que a profecia era suficiente para motivar sua mente.
Como essa explanação cegou os sentidos de Macbeth, este conseguiu tomar os quatro tipos de ação citados por Weber: Ação racional com relação a um objetivo: Macbeth deve ser rei, mas como ser rei?;  Ação racional com relação a um valor: Macbeth deve ser rei, sabe como atingir seu objetivo e aceita os ricos de fazê-lo; Ação afetiva ou emocional: após executar seu objetivo amedronta-se com tamanha monstruosidade do ato; a por fim a Ação tradicional: o rito da coroação, a personificação e a ambição do poder.
Sabe das ações e de seus resultados, mas elas só foram tomadas devido à crença na veracidade de uma profecia. Como a primeira havia se concretizado, não haveria motivo para não crer nas próximas. Sendo assim, se uma foi verdade, as outras também passariam a ser. Mas a relatividade da verdade é tão audaciosa que esta prega peças nos desavisados e afirma que a verdade de outrem pode ser a pior infâmia para o próprio senso de juízo. Uma interpretação do drama Shakespeariano diz que as bruxas enganam Macbeth em sua última profecia, e por isso ele cai em desgraça. Mas o que seria um engano senão uma verdade mal interpretada? O que finaliza a tensão sobre a relatividade da verdade é o senso de juízo do indivíduo em questão, portando, a verdade não pode ser um fato social, pelo contrário, deve ser uma concepção pessoal.

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