Não só as ciências exatas, mas todos os
ramos do conhecimento estão fadados a corrosiva ação do tempo, entenda-se tempo
como fator que concebe novos pensadores com habilidade e disposição ímpar na
refutação de teorias que o antecederam. Presume-se então a impossibilidade da
existência de leis, quando a mesma apresenta caráter de plenitude, nada é
eterno, inclusive as teorias.
Tomo como base o pensamento weberiano,
dialogando criteriosamente no sentido de complemento ou negação para com os
pensamentos marxista e durkheimiano, em uma complexa e fluida dança de
retóricas , na construção dos parágrafos que se seguem, com perdão da
metalinguística.
Weber constrói o conceito de ação social
embasado na figura do agente, de suas ações e do significado que elas
apresentam, carregadas de propósitos e intenções, enquanto Durkheim constrói o
conceito de fato social embasado no corpo letivo da sociedade e em como este
corpo modifica e determina as ações de um ser, que perde o posto de agente para
o de subordinado à ações que lhe são incutidas coercivamente pelo meio social
que o rodeia.
No aspecto
supracitado , é notável a divergência no
foco de ação para esses dois autores, enquanto o primeiro individualiza, o
segundo não o faz , além de reduzir tudo à coletivização.
Marx era
adepto à teoria determinista, quase dogmática, da economia como fator único na
geração de todos os fenômenos sociais , a história era movida pela luta de
classes, as relações entre os homens se resumiam no fator explorador/explorado
e o fatalismo revolucionário era quase certo, mediante ao estagio de alienação
que o homem estava alcançando.
Diferentemente
de Marx, Weber até concebe o critério econômico como de grande, se não de
maior, relevância na determinação de outros fatos, mas não o limita como único.
Ele se apega ao capitalismo como fator racionalizador da vida, a sociedade
capitalista representaria o horizonte de sua época, queria por isso se
aprofundar acerca de suas origens e fundamentos e assim o tentou fazer, foi
onde Marx não fora, em “O espirito capitalista e a ética protestante”.
Dada
brevidade propiciada pela proposta de espaço por meio do qual veiculo, concluo,
sem mais delongas, que a riqueza do pensamento sociológico se dá justamente
pela sua ampla capacidade de reinvenção. O irrefutável matutino tornar-se-á
o ultrapassado vespertino.
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