Ultimamente, o Brasil viveu mais um escândalo político que
sobrevoou a mídia por diversos dias: o caso de Demóstenes Torres. Além de a
mídia distorcer muito as informações, como dizer que Carlinhos Cachoeira é
bicheiro, por exemplo, é de se levar em conta que o acontecimento tomou
proporções absurdas, não faltando provas para mostrar à população a evidência
dessas.
Indubitavelmente, a corrupção é elemento influenciável no
retrocesso sócio-político nacional, porém não corresponde nem a 10% dos
problemas brasileiros. Estes possuem raízes históricas, fazendo com que a
conclusão que se tira disso é a de que nem a educação nem a corrupção são as
causas, mas sim a falta de democracia histórica do país. É aí que entra Max
Weber na problematização do tema proposto. O político, na maioria das vezes
(sem generalizações), prefere escolher um assunto consensual – como a corrupção
– para atingir a população e contaminá-la com o “denominador comum”, expressão
esta utilizada por Weber.
Assim, é claramente mais fácil chegar ao eleitorado propondo
uma questão que parece de simples resolução do que expor o longo processo
histórico-político da sociedade e, desse modo, criar respostas para tal. Como
se percebe ao longo do capítulo A ‘objetividade’
do conhecimento na ciência social e na ciência política, o “denominador
comum” serve tanto para estabelecer objetivos ruins quanto para os objetivos
bons.
Aprofundando ainda mais, cada um é erguido e firmado por uma
verdade. Porém, se não houver uma busca ou estabilidade dessa verdade, o homem
não se aquieta, buscando a resolução de seus problemas. De outro lado,
percebe-se que após toda a reflexão e busca por uma verdade, não encontramos
soluções, mas apenas suposições de resoluções. Não obstante, essa facilidade
que os políticos chegam aos seus eleitores se deve, exclusivamente, à
solidificação das perspectivas de cada um e, por isso, propostas consensuais
como a reforma da educação, a erradicação da pobreza e o combate à corrupção
são extremamente aceitos na sociedade.
Por fim, chega-se à conclusão de que transformações
drásticas na política brasileira serão improváveis, pelo menos nas próximas
décadas, pois a aceitação de um consenso de promoção de respostas é inegável.
Tal conclusão pode estar equivocada, levando em conta que a França é um exemplo
atual de transformação política. Porém, o que se seguem são as tendências, as
quais dificilmente alguém é capaz de refutar.
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