Era 1958 quando o autor Raymundo Faoro resolve publicar
um livro, que resulta de uma extensa pesquisa referente a todo o processo evolucionário
em relação a política brasileira, um livro com o nome de “Donos do Poder: A
formação do Patronato politico brasileiro”. A obra analisa toda a história
política do Brasil, desde a Revolução de Avis, com seu inicio em 1383 até o
período pos-Vargas em 1958.
A obra,
em principio, logo após a sua publicação, provocou certo estranhamento por
parte da intelectualidade da época, principalmente na Universidade de São
Paulo, composta por acadêmicos como Florestan Fernandes e Francisco Weffort,
pelo fato de contrariar a lógica da dialética marxista para analisar a história
e ao invés de focar na infraestrutura, como propõe a teoria marxista, o autor
se utilizou da analise da superestrutura, que representa o estudo do Estado, ao
invés da sociedade civil.
Além
disso tudo, o autor foi um dos primeiros, e principais, intelectuais a usar as
ideias de Weber em seus trabalhos. Um exemplo disso é a própria ideia de “estamento”
burocrático, na qual todo o livro gira em torno, que é retirada das teses
weberianas, as quais por natureza representam uma oposição a dialética
marxista.
Por fim,
muito foi dito que Faoro fosse um anti marxista, mas talvez essa não fosse a
questão, frente a dificuldade a definir se Marx era um historiador, um
economista, um cientista político ou um sociólogo, talvez Faoro apenas fosse um
Weberiano.
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