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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Interpretação errônea

      Marx e Engels criaram o Manifesto Comunista com a finalidade de esclarecer quais as verdadeiras intenções e crenças do comunismo, que eram mal entendidas e prejulgadas pela sociedade da época.
         O Manifesto explica toda a trajetória da burguesia, desde o seu surgimento, no feudalismo; e explica também como o proletariado sustenta toda a riqueza e progresso da burguesia, sem ter acesso a nenhum desses. Ele faz um elogio à capacidade revolucionária da burguesia, que conseguiu instalar seus ideais de produção e mercado na sociedade. A burguesia foi capaz de abrir as portas ao progresso e à tecnologia, algo que nenhuma classe havia alcançado antes. Contudo, canalizou os resultados do progresso apenas para si mesma, deixando o proletariado à sua margem.
      A obra enfatiza que o potencial revolucionário do proletariado é ainda maior do que o da burguesia, pois esta demorou séculos para realizar sua revolução, enquanto aquele poderia realizar a sua em poucos anos, principalmente por conta dos avanços na área da comunicação. Muitos creem que é interessante para o comunismo acabar com a tecnologia e a modernidade. Muito pelo contrário, ele busca ampliá-los, pois o progresso, a tecnologia e a modernidade são aliados do proletariado, já que aumentam seu poder de comunicação e ampliam seu acesso à informação.
         Outro ponto muito mal interpretado acerca do comunismo: ele não pretende acabar com o poder do homem de se apropriar produtos da sociedade, apenas busca impedir o burguês de “subjugar o trabalho de outros através de tal apropriação”. Ou seja, não são válidos os argumentos de que, em uma sociedade comunista, não haveria espaço para os prazeres que são proporcionados pela tecnologia no capitalismo.
      Sobre o fim da propriedade privada, consta na obra que os comunistas tinham a intenção de acabar com ela no âmbito burguês, pois para o resto da sociedade ela já não existia: “Vocês estão horrorizados com a nossa intenção de acabar com a propriedade privada. Mas na sua sociedade, a propriedade privada já acabou para nove décimos da população”. Afirma ainda que sua existência para a burguesia dependia justamente de sua inexistência para o proletariado.
      Hoje, muito mais do que a própria burguesia, a maior responsável pela manutenção do capitalismo é a massa, pois a ideologia burguesa criou uma ideia que se propaga nela de que “todos podem comprar, todos podem subir de nível social, desde que se esforcem”. Essa ideia de meritocracia, mesmo que falsa, perpetua na mente de todas as classes, minando qualquer tipo de potencial revolucionário.

Beatriz Mellin Campos Azevedo
1º ano - direito diurno

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