Os
princípios tornaram-se utopia, as crenças alienação. Bauman, em sua obra Em Bsuca da Política, inicia argumentando
os motivos pelos quais os homens modernos ignoravam sua luta ideológica, e concluiu que,
simplesmente, por considerarem tudo uma grande utopia. A qual proporcionava, apesar
da insatisfação, uma frágil sensação de segurança mas sólida de acomodação:
Tendemos
a nos orgulhar do que talvez devesse nos envergonhar: de viver numa época
“pós-ideológica” ou “pós-utópica”, de não nos preocuparmos com uma visão
coerente de boa sociedade e de ter trocado a preocupação com o bem público pela
liberdade de buscar satisfação pessoal. (BAUMAN, 1999, p. 16)
E, mesmo o autor se referindo à relação interpessoal de indivíduos,
no sistema socioeconômico global de capital essa mesma perspectiva acontece em
âmbito nacional. Influencia o modo pelo qual os países interagem entre si e,
assim como o sistema capitalista produz a luta de classes, na esfera global ele
fundamenta a Teoria Marxista da
Dependência, pensada por Rui Mauro Marini, ao estudar a relação dos países
periféricos - e, especificamente a
América Latina - com os centrais. Ela busca compreender, através da história, as consequências sociais, econômicas e toda
forma de limitação desenvolvida pelo imperialismo de potências mundiais
imperialistas, que estabeleciam um mecanismo de dominação a fim de explorar a
riqueza dos dominados. Além disso, estabelece critérios ao discorrer sobre a
reprodução do sistema capitalista de produção na periferia, já que esse sistema
cria desigualdades que são intensificadas pelo desenvolvimento de alguns países
através do subdesenvolvimento de outros.
O Marxismo é teorizado principalmente no Manifesto Comunista, de Karl Marx e
Friedrich Engels, traduz cientificamente quais os ideais do comunismo ao propor
o fim dos interesses burgueses, sua propriedade privada, sua exploração, seus
proletários. Com essa finalidade, tenta reproduzir o sentimento homogêneo que
sentem os atingidos pelas relações de classe e Uni-vos¹ para a revolução. O Manifesto Comunista é parte de um
princípio e de uma crença: pressupõe a existência de um sistema socioeconômico sem exploração e crê no poder do proletariado como a força do movimento.
O fato de que o homem moderno tenha se acostumado a
perder não significa que não exista outra possibilidade. Sua acomodação é só o
que impede uma percepção crítica do sistema capitalista no âmbito individual e
global e uma união de forças que permita a mobilização. Ao contrário do que se
imagina, alienação não é qualquer modelo de ideologia; é a aceitação passiva.
Na
proporção em que a exploração de um indivíduo por outro termina, a exploração
de uma nação por outra também terminará.²
Homens modernos de todo
o mundo, uni – vos.
Notas :
1. Proletários de todos os países, uni-vos! (MARX; ENGELS, 2011, p. 47).
2. (MARX; ENGELS, 2011,
p. 31).
Bibliografia:
BAUMAN, Zygmunt. Em Busca da Política, Zahar: Rio de
Janeiro, 1999.
MARX, Karl; ENGELS,
Friedrich. O Manifesto Comunista, Paz
e Terra: Rio de Janeiro, 2011.
Pedro Henrique Evangelista Durte; Edílson José
Graciolli. Pedro A TEORIA DA
DEPENDÊNCIA: INTERPRETAÇÕES SOBRE O (SUB)DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA LATINA. Aluno
de graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia e Professor
do Departamento de Ciências Sociais/Faculdade de Artes Filosofia e Ciências
Sociais da Universidade Federal de Uberlândia.
Introdução à Sociologia - aula 8
Karla Gabriella dos Santos Santana, 1º ano Diurno
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