O primeiro a propor a retomada do método dialético para a
compreensão da realidade humana levando em consideração a concepção histórica
foi Hegel, um dos maiores filósofos idealistas do século XIX. Tendo exercido
grande influência na intelectualidade da Alemanha na época, é nesse contexto de
inspiração hegeliana que o jovem Karl Marx empreende seus estudos, anos depois.
Atingida sua maturidade, Marx não mais concordava com a concepção hegeliana de
mundo, porém se utilizou de partes da teoria de seu predecessor para a
elaboração de sua própria: o materialismo dialético.
O materialismo dialético, como o nome diz, prevê a
permanência do método dialético de análise proposto por Hegel. O diferencial da
vertente dialética marxista é que nesta o cunho social se fortalece e assume o
centro das preocupações do autor, sendo colocados em evidência a luta de classes
– considerada por Marx como constituinte por excelência da história do mundo –
e os fatores causadores dela.
É no Manifesto
Comunista, também desenvolvido por Engels, que encontramos sintetizadas as
maiores expressões do ideário comunista. A obra consiste em uma tentativa de
divulgação do ponto de vista comunista acerca do funcionamento da sociedade,
uma vez que o a corrente comunista já detinha certa força na Europa. Assim,
sendo a intenção alcançar a maior parte da população e todas as classes, dando-lhes voz, o
livro foi escrito em linguagem simples e possui um desenvolvimento de pouca
complexidade.
O Manifesto Comunista
é um chamado a todos os proletários do mundo para atentar à desigualdade, a discórdia
e o caos das instituições sociais causadas pelo capitalismo, que se baseia na
exploração e intensifica a luta de
classes, sendo em si a expressão da continuidade de privilégios feudais. “(...)
pois os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não
trabalham”. A crítica explícita à burguesia e às suas instituições,
encontrada no segundo capítulo da obra, faz alusão ao desejo de diminuição do
poder dessa classe e da aquisição de poder político por parte do proleteriado.
O capitalismo não é, no entanto, malvisto em toda a extensão
da obra. Há o reconhecimento do capitalismo como um sistema político econômico
revolucionário, por ter sido ele o libertador das amarras do poder religioso e
do poder monárquico sobre a sociedade, fator considerado uma vitória para os
comunistas. Nesse ponto - e talvez seja o único - pode-se dizer que o
capitalismo agradou aos comunistas. Em todos os outros aspectos, o capitalismo
soube bem a quem agradar – fator que explica seu sucesso independente de
números, estes tão buscados pelo comunismo.
Nicole Vasconcelos Costa Oliveira
1º ano - Direito Diurno
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