"Capitalista não é apenas o banqueiro, o tio Patinhas. É também o Donald, que se submete a seus caprichos. O mundo é para ele um jogo de espelhos, no qual se vê projetado nas mais variadas dimensões. Ele inveja os que estão acima dele e nutre ódio por quem o ameaça como concorrente" Frei Betto
Tio Patinhas,
personagem fictício de quadrinhos de 1947, cujo cartunista é Carl Barks, se constitui
como um desenho animado destinado ao público infantil que tem como proposta a aceitação
de uma lógica capitalista. Nesse sentido, o principal intuito do desenho é a consolidação
das bases ideológicas do sistema capitalista, à medida que tudo que vai contra
o protagonista (símbolo do capitalismo) é negado.
Por meio da ingenuidade
de um desenho animado, o autor irá passar uma mensagem de divinização de uma
postura capitalista simbolizada pela figura do Tio Patinhas, valorizando características
como a competição, individualismo e riqueza pessoal, de forma que as
contradições de classes existentes são camufladas pelo brilho da luxuria presente
no desenho.
A Perversidade
do sistema materializada nas desigualdades sociais, concentração de riquezas e
pobreza extrema é mascarada pelo espectro do opressor que enxerga sua
felicidade através da apropriação alheia. O desenho se enquadra em uma
perspectiva alienante, diluindo a consciência de classe do oprimido, este, ao invés
de almejar uma sociedade igualitária como idealizada por Marx, deseja ascender
a condição de Tio Patinhas. A idealização do espírito capitalista caracterizado
pelo individualismo e por uma postura narcísica de enriquecimento pessoal enfraquecerá
a luta de classes resultante das contradições da sociedade, pois tais contradições serão mascaradas por um falaciosos discurso de meritocracia.
Nome: Beatriz Santos Vieira Palma, Direito Diurno
Nenhum comentário:
Postar um comentário