Sem forças para qualquer revolução
(Fonte: G1. Acesso em 19/07/2015.
O fim da União Soviética, a abertura
da China ao mercado capitalista e as dificuldades sociais enfrentadas por países
subdesenvolvidos que optaram por algum tipo de sistema político socialista, são
exemplos históricos do insucesso das tentativas de se alcançar uma organização política
que se aproximasse do modelo comunista. Mas se as previsões de formação de um Estado
do proletariado parecem se tornar cada vez mais improváveis, por outro lado, não
é possível negar que a análise de Marx acerca do capitalismo é de grande
importância para se criar uma compreensão sobre a expansão do sistema econômico
baseado no livre mercado e sobre os fenômenos internos que ocorrem nesse
sistema.
É interessante como Marx, em seu
Manifesto Comunista de 1848, já se referia a um mundo tomado pelo sistema
burguês, um mundo à sua imagem e semelhança, marcado pela exploração do mercado
em escala global, pelas rápidas transformações dos sistemas de produção, pelo
progresso dos meios de comunicação e pela concentração da propriedade (e, por
consequência, da riqueza) em poucas mãos. E como esse mundo entraria em colapso
por uma série de razões.
De fato, desde então, tem se confirmado
as suas previsões acerca da evolução do cenário político-econômico em escala global
(a tecnologia, como a internet, e a indústria cultural têm catalisado de forma
dramática esse processo). Além disso, a história tem sido marcada por crises
econômicas estruturais importantes, por exemplo, como a da década de 30 (Quebra
da Bolsa de Nova Iorque), a da década de 70 (choques do petróleo) e a de 2008,
em razão da bolha no sistema de crédito imobiliário americano.
A crise atual de alguns países da
União Europeia, mais notadamente a da Grécia, que remonta ao abalo de 2008,
parece colocar à prova, mais uma vez, a capacidade do sistema capitalista de se
reestruturar e de dar solução às demandas sociais desses países. Provavelmente,
momentos como esse, em que as tensões sociais se elevam, seriam as oportunidades
vislumbradas por Marx para uma revolução. Mas, tomando o exemplo grego, a
classe trabalhadora não dá sinais de que esteja organizada e disposta a dar um
rumo diferente, seja à sua economia, seja à sua política.
Fernando –
1º Ano Direito Noturno (texto sobre a análise do capitalismo de Marx)
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