Filho de um advogado judeu (cristianizado) e
vindo de uma família de rabinos, Karl Marx nasceu em 1818 em Trier, Alemanha. O
momento histórico no qual cresceu e viveu, influenciou sobremaneira na
elaboração de seu pensamento. A emergência da burguesia e do proletariado, bem
como o surgimento do capitalismo industrial e a consolidação das nações e dos
Estados modernos – grandes acontecimentos do século XIX – se fazem presente nas
obras deste pensador que revolucionou as ciências sociais.
Para uma melhor compreensão de Marx, é
necessário retomar o pensamento hegeliano. A dialética em Georg Hegel consistia
na interpretação essencialmente idealista da história. Marx baseia sua crítica ao
pensamento deste filósofo na contraposição entre, justamente, a dialética mistificada
de Hegel e sua dialética racional.
Esta seria crítica e revolucionária, à medida que a realidade é a síntese de
vários movimentos. Desta maneira, surge o materialismo
dialético, uma filosofia geral da natureza e do homem, que estabelece uma relação
dialética entre o meio e o social, o psicológico. Na sua aplicação à história,
tem-se o materialismo histórico,
postulado em que o marxismo se baseia.
A doutrina marxista se estabelece na
“proximidade de revolução”. Defendia que as revoluções eram transformações
sociais – de uma sociedade em conjunto – que alcançavam alcance global; um
conflito que conseguia trilhar seu caminho até as raízes da sociedade. A
sociedade, de acordo com sua teoria, consistiria em duas partes: a infraestrutura e a superestrutura. A primeira compreende as forças e relações de
produção, enquanto a segunda inclui a cultura, as instituições, o papel social,
os rituais, o Estado. Outra constante no marxismo é a preocupação com as
relações entre economia, classes e política. Analisa, também, os limites da
emancipação política preliminar na crítica da religião.
Em 1848, escreveu uma de suas principais
obras: Manifesto do Partido Comunista.
Com a colaboração de Friedrich Engels – cuja parceria intelectual e política se
iniciara em 1844 – retratam, neste livro, o desenvolvimento da burguesia e sua
luta com o proletariado emergente. A importância de Engels na estruturação de
todo o pensamento marxista tem de ser destacada uma vez que ele representava o
verdadeiro público com o qual Marx se comunicava. Era incentivador, crítico,
consultor. Juntos, então, elaboraram
aquele documento que serviria também como inspiração para outros que buscavam
exaltar as multidões, o trabalho, a modernidade e o maquinário.
A obra do Manifesto
traz a perspectiva da história como luta
de classes – opressores e oprimidos estão em constante conflito – e que
toda luta de classe é uma luta política; este combate conduziria,
necessariamente, à ditadura do
proletariado. Tem-se o proletariado como a única classe realmente
revolucionária. Esta ditadura seria, em si mesma, o trânsito para a abolição de
todas as classes, o trânsito para uma sociedade sem classes.
Outra de suas principais obras, O Capital destaca-se por encaixar toda a
estrutura do pensamento de Karl Marx. É onde se encontra o total conhecimento
da humanidade em geral. Trata-se de uma obra incompleta, com apenas o primeiro
volume publicado com Marx vivo.
Stephanie Bortolaso, Direito, noturno.
Stephanie Bortolaso, Direito, noturno.
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