Desde
que Heráclito de Éfeso proferiu a frase “um homem nunca se banha no mesmo rio
duas vezes”, abriu precedente pra uma forma de pensamento que sempre se
lançaria como questionadora acerca de uma dada forma de se compreender os
fenômenos ao longo da história da filosofia. Com isto, acrescentou ao
patrimônio filosófico que as coisas estão em constante transformação, a lei da
contradição veio substituir a lei da identidade (de que um fenômeno só pode ser
idêntico a si mesmo). Hegel deu continuidade à dialética de
forma majestosa durante o período do idealismo alemão. O cerne da dialética
repousa no conceito do movimento, ou como Hegel preferiu abordar, sobre um
movimento em espiral que apreenderia tese, antítese e síntese. Sob este ponto de
vista, a idéia converte-se em seu contrário.
Para Engels e Marx, a dialética
segundo Hegel estaria posta para constituir o materialismo histórico-dialético,
um dos fundamentos centrais para a teoria marxista, exceto pelo fato de a dialética
hegeliana estar de “cabeça pra baixo” segundo Marx, por ser essencialmente
idealista. Desta forma, a dialética materialista tornou-se o estofo para
fomentar o pensamento de Marx e Engels para a compreensão do desenvolvimento
histórico, isto é, das relações sociais e econômicas. Assim, toda a evolução real ocorre de forma contraditória, pelo
conflito de forças opostas que rodeiam e formam parte do todo existente. Nada é
inalterável e está acabado em si mesmo. Uma coisa não é somente ela, mas ao
mesmo tempo, é o seu oposto. O homem é o eterno vir-a-ser. A contradição, a tensão entre os contrários constituem a
fonte fundamental do desenvolvimento da matéria e da consciência. A cada dia que se vive, é um que se chega mais perto da morte.
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