O socialismo prega o fim da propriedade privada e uma
apropriação positiva do mesmo pelo Estado. Dessa forma o dono dos meios de
produção deixa de ser o burguês, e o seu controle é exercido pelo governo.
Todavia tal doutrina é utópica contemporaneamente, uma vez que a burguesia
permanece sendo a classe social dominante e não aceitará perder sua importância
social. Outro ponto de sustentação dessa tese é a inserção do trabalhador no
meio capitalista, o que faz com que o objeto produzido, antes estranho ao
trabalhador que o produziu, passa a ser objetivado pelo mesmo, ou seja, o
trabalhador passou a ser inserido no meio de consumo do sistema capitalista.
Mesmo o socialismo cientifico pregado por Marx e Engels, os
quais não pregam apenas a socialização das riquezas como os utópicos, mas sim
um socialismo pautado no real, procurando compreender de uma forma sistemática
o processo de produção de capital, são inviáveis no mundo atual. Uma vez que, toda
sociedade esta inserida no modelo capitalista, mesmo os marginalizados pelo
mesmo, sentem-se ligados ao sistema pelo seu teórico “poder de compra”.
O modelo capitalista, apesar de estar em crise, é facilmente
mutável e se reestruturará como já o fez anteriormente. Tal capacidade de
adaptação já foi demonstrada como, por exemplo, na criação de um Estado Social
de Direito, no qual houve uma preocupação com políticas publicas que tinha como
objetivo abafar as idéias socialistas, as quais reivindicavam uma tomada de
posse pelos trabalhadores, no século XIX.
Nota-se com isso que a grande capacidade de adaptar-se do
capitalismo tornou-se sua forma de sobrevivência em meio às crises que o mesmo
gera. Além de sua capacidade de produção de avanços tecnológicos em inúmeras áreas
como: saúde, educação e entretenimento. Faz-se necessário, porém a abdicação de
parte de sua mais-valia, em troca de melhores condições de vida para uma
parcela significativa da sociedade que é marginalizada e esquecida pelo sistema,
fazendo com que esta se insira, não só figuradamente, mais inteiramente no
sistema capitalista. E dessa forma superar-se-á a crise econômica global.
Marina Precinotto da Cruz, direito- diurno.
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