Tentando
se afastar do idealismo dos socialistas utópicos, Engels e Marx buscam, através
de estudos da história das sociedades, encontrar um Socialismo concreto, possível.
Dessa busca surge a teoria do Socialismo Científico.
Segundo
Engels, o Socialismo não é uma criação humana, mas sim o resultado final da luta de
classes, onde um grupo ordena e outro obedece. No contexto da Revolução
Industrial, por exemplo, o grupo que ordena é a burguesia, e o grupo que
obedece é o proletariado. Essa luta de classes existe desde muito tempo,
servindo como “motor da história”, responsável por todas as grandes mudanças
que nela observamos.
É
inegável a influencia que a luta de classes exerce na Sociedade, vários
exemplos podem ser citados para comprovar isso. A Revolução Francesa, por
exemplo, surgiu em razão do descontentamento do chamado Terceiro Estado com a
situação na época, em que apenas essa camada era obrigada a pagar impostos,
enquanto o clero e a nobreza apenas usurpavam desses tributos.
Outro
exemplo são os movimentos sociais, em que determinado grupo exige certos
direitos do Estado. Este, em razão da grande pressão exercida pelos movimentos,
encontra-se em uma situação em que não há opção a não ser conceder, total ou
parcialmente, os direitos que esse grupo exige. Caso contrário a tensão na
sociedade irá aumentar, ameaçando a estabilidade do Estado.
Ou
seja, quando há uma tensão muito grande entre diferentes grupos da sociedade, o
Estado, deve tomar medidas com o objetivo de reduzir essa tensão, alterando sua
estrutura se necessário, para que não haja o colapso. Caso o Estado se recuse a
cumprir com seu dever, a tensão irá aumentar até chegar a um ponto em que uma revolução
seja inevitável, e então os revolucionários, ao tomarem o poder, não farão
apenas pequenas alterações na velha estrutura do Estado, mas erguerão uma nova,
onde eles serão os novos soberanos.
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