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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Metamorfose


                
É no contexto de desenvolvimento do capitalismo, com toda a exploração à classe trabalhadora que surge, inicialmente, o chamado Socialismo Utópico. Vislumbrando o Iluminismo, que há pouco fora difundido na Europa e no mundo e que, apesar de ter sido uma ruptura com o passado, se converteu apenas em privilégios à burguesia, Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen tentam “destruir” as diferenças de classe, para que a liberdade tanto pregada na Revolução Francesa se estendesse a todas as classes. Porém, foi exatamente a falta de ideias que pudessem ser postas na prática – o que justifica chamá-lo de “utópico”- que lhes renderam críticas.
                Numa evolução desse Socialismo, já visto de forma mais prática e até como Ciência é que aparecem os nomes de Friedrich Engels e Karl Marx, que criticam a metafísica, a fragmentação dos objetos e a projeção de ideias da dialética hegeliana, apresentando possibilidades mais concretas. Mais profundamente, Engel acredita, na verdade, que o socialismo é uma consequência histórica diante das contradições contidas no próprio capitalismo.  Consequência, esta, representada pelo ápice das lutas de classes que resultaria em mudança.
                Aliás, a própria luta de classes pode ser considerada um pensamento dialético. Sendo a dialética a contraposição de ideias, o que é a luta de classe senão a contraposição de burguesia e proletariado? Portanto, para superar o capitalismo, como vem propor, o socialismo deve compreender as forças produtivas, para racionalizá-las e, na prática, o Estado, antes burguês, deve ser apropriado pelos proletários, que, em tese, fariam com que as forças produtivas fossem usufruídas por todas as classes.
                Diante disso tudo, podemos partir para uma apresentação do Socialismo na realidade. Durante a segunda metade século XX, o mundo permaneceu dividido sob duas potências: os EUA, que representavam o capitalismo e a antiga URSS, representante do Socialismo.  E, como sabemos, o socialismo, pelo seu fracasso em pôr suas ideologias em prática, sendo substituído por um governo essencialmente ditatorial, foi sobreposto pelo próprio capitalismo em praticamente todo o mundo. Vale ressaltar que esse capitalismo também sofreu suas adaptações, de acordo com o momento histórico.
                Enfim, atualmente, vivemos a crise do próprio capitalismo. E é nesse novo contexto que a “metamorfose capitalista” pode ser vista mais uma vez: num mundo neoliberal, de acirrada concorrência, as políticas sociais que enchem as campanhas eleitorais e as políticas empresariais para o bem-estar dos funcionários e da população em geral foram formas encontradas para amenizar - ou apenas mascarar?! - a desigualdade provocada pela eterna luta de classes.

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