É no contexto de desenvolvimento do
capitalismo, com toda a exploração à classe trabalhadora que surge,
inicialmente, o chamado Socialismo Utópico. Vislumbrando o Iluminismo, que há
pouco fora difundido na Europa e no mundo e que, apesar de ter sido uma ruptura
com o passado, se converteu apenas em privilégios à burguesia, Saint-Simon,
Charles Fourier e Robert Owen tentam “destruir” as diferenças de classe, para
que a liberdade tanto pregada na Revolução Francesa se estendesse a todas as
classes. Porém, foi exatamente a falta de ideias que pudessem ser postas na
prática – o que justifica chamá-lo de “utópico”- que lhes renderam críticas.
Numa evolução
desse Socialismo, já visto de forma mais prática e até como Ciência é que
aparecem os nomes de Friedrich
Engels e Karl Marx, que criticam a metafísica, a fragmentação dos objetos e a
projeção de ideias da dialética hegeliana, apresentando possibilidades mais
concretas. Mais profundamente, Engel acredita, na verdade, que o socialismo é
uma consequência histórica diante das contradições contidas no próprio
capitalismo. Consequência, esta, representada
pelo ápice das lutas de classes que resultaria em mudança.
Aliás,
a própria luta de classes pode ser considerada um pensamento dialético. Sendo a
dialética a contraposição de ideias, o que é a luta de classe senão a
contraposição de burguesia e proletariado? Portanto, para superar o
capitalismo, como vem propor, o socialismo deve compreender as forças produtivas,
para racionalizá-las e, na prática, o Estado, antes burguês, deve ser apropriado
pelos proletários, que, em tese, fariam com que as forças produtivas fossem
usufruídas por todas as classes.
Diante
disso tudo, podemos partir para uma apresentação do Socialismo na realidade.
Durante a segunda metade século XX, o mundo permaneceu dividido sob duas
potências: os EUA, que representavam o capitalismo e a antiga URSS,
representante do Socialismo. E, como
sabemos, o socialismo, pelo seu fracasso em pôr suas ideologias em prática,
sendo substituído por um governo essencialmente ditatorial, foi sobreposto pelo
próprio capitalismo em praticamente todo o mundo. Vale ressaltar que esse
capitalismo também sofreu suas adaptações, de acordo com o momento histórico.
Enfim,
atualmente, vivemos a crise do próprio capitalismo. E é nesse novo contexto que
a “metamorfose capitalista” pode ser vista mais uma vez: num mundo neoliberal,
de acirrada concorrência, as políticas sociais que enchem as campanhas
eleitorais e as políticas empresariais para o bem-estar dos funcionários e da
população em geral foram formas encontradas para amenizar - ou apenas
mascarar?! - a desigualdade provocada pela eterna luta de classes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário