Vendo essa imagem do clássico filme de Charles
Chaplin, Tempos Modernos (1936), poderíamos ingenuamente inferir, no sorriso da
personagem, que a situação dos trabalhadores braçais “apertadores de parafusos”
não era lá tão ruim assim. Entretanto, como estudamos nas aulas de história, a
situação dos trabalhadores pós Revolução Industrial era muita precária: carga
horária de no mínimo 13 horas diárias; mulheres e crianças trabalhando
exaustivamente dentro das fábricas e até mesmo em minas de carvão;
trabalhadores sem o mínimo de conforto e segurança, entre outros fatores
aterrorizantes. Essa realidade tenebrosa viu, pelo final do século XIX, uma
faísca de esperança emergir com homens como Fourier, Owen e Saint-Simon, que
observando a realidade social de suas épocas viram no socialismo a melhor forma
de acabar com o jugo dos operários fabris. Todavia eles não possuíam a
sabedoria de como realizar efetivamente a mudança na vida da sociedade moderna,
sabedoria esta que Friedrich Engels, junto com
seu companheiro Karl Marx, iria contemplar a humanidade com suas obras ditas
científicas, mostrando ao mundo que o proletariado tinha plenas condições de
“virar o jogo” contra a burguesia e viver com plenas condições de serem
senhores de si mesmos.
Engels, em sua obra “Do Socialismo Utópico ao
Socialismo Científico” analisa criticamente junto com o leitor a história do capitalismo,
as ideias dos autores utópicos e tece vários de defeitos, segundo ele, acerca
do capitalismo. No fim de seu texto, diferentemente dos socialistas ditos
utópicos, Engels mostra o caminho para a libertação dos proletários e para a
mudança da história, com a extinção do Estado e a posse dos meios de produção
pelo proletariado. Final épico, porém não muito fácil de ser concretizado.
Essa obra é de extrema importância para qualquer
pessoa, indiferente de sua ideologia política, para entender as ideias
reinantes à época acerca do modelo econômico e social, e para poder fazer um
paralelo com a situação econômica atual. Ademais, a leitura desse texto é um
ingrediente importante na construção de uma ideia pessoal sobre a melhor forma
econômica para se obter um melhor convívio social entre nós, pois, mesmo com
mudanças significativas no modo de produção capitalista, continuamos sendo
“apertadores de parafusos”, porém, do século XXI.
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