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segunda-feira, 12 de março de 2018

A importância das propedêuticas na ocupação do direito

O direito brasileiro apoia - se por diversas vezes na metodologia cartesiana, em que a ' razão' figuraria como pilar principal na tomada de decisões. No entanto, como apontado pelo próprio autor , o ato de 'racionalizar' sobre algo depende muito dos valores e critérios utilizados por cada um, oque resulta em uma ciência jurídica engessada que acaba por afastar - se cada vez mais de sua função social.
O cerne do direito é, nesse sentido, o de servir a sociedade e para tanto deve acompanhar as mudanças pelas quais essa passa. Nesse prisma, o jurista precisa ter a capacidade de analisar criticamente a sociedade a fim de perceber as necessidades apresentadas por essa. Dessa forma, a construção de conhecimento acerca do corpo social em que se esta inserido, além da compreensão das origens dos problemas atuais que o atingem, é imprescindível.
O ambiente universitário figura, portanto, como parte essencial para que esse conhecimento seja consolidado,uma vez que propicia um meio de buscar entendimento através da exploração, experimentação e debate. Constituindo assim um local de descoberta científica, como determina a classificação de Bacon. Assim, o desmonte universitário que apresenta,dentre outros problemas , o questionamento da importância das matérias propedêuticas dentro da formação acadêmica dos estudantes, têm como resultado juristas que não possuem oque é preciso para discernir corretamente em consonância com as carências manifestadas pela sociedade.
A ocupação do direito é, nesse contexto, consequência direta da competência dos jurisconsultos de perceberem que o elo que une essa ciência as demandas sociais é mais intrínseco do que realmente aparenta. Pois o modo como tratamos o terreno vazio do direito assemelha - se ao ídolos de Bacon, uma vez que as decisões tomadas por aquele meramente reproduzem conhecimento fundamentado no senso comum e nos distanciam do real potencial de melhoria social existente no direito.
A presença de movimentos de resistência que aspiram promover mudanças e, consequentemente reestruturar a sociedade de forma a torná - la mais igualitária, como fazem o MTST, o Movimento Negro, o Feminista e o LGBT*IS, por exemplo, apresentam como paridade o fato de possuírem seus alicerces em pensamentos bem estruturados que conseguiram sair do plano das ideias e ganhar as ruas. Dessa maneira, conseguem fazer com que até mesmo instituições antiquadas e cheias de 'razão' se dobrem ante as demandas por novas ocupações aos seus campos vagos.

Beatriz Yumi Picone Takahashi
Turma XXXV - Noturno


 




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