Com a ciência moderna surge a necessidade de um conhecimento
que deve ser guiado pela razão e experiência, e liberto de sentimentos, ou
seja, neutro. Dessa essência, René Descartes e Francis Bacon elaboraram suas
obras com o intuito de prover métodos científicos para melhor atingir esse
objetivo.
Em o Discurso do Método, de René Descartes, o conhecimento
provém do “Método Científico” que, orientado pela razão, alicerçado pela
ruptura da superstição, do mágico e das concepções pessoais e tomando “por
regra geral que as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas
verdadeiras, havendo somente alguma dificuldade em notar bem quais são as que concebemos
distintamente”¹ chega-se a “Verdade Científica”.
Enquanto para Francis Bacon, em Novo Organum/Novo
Instrumento, seu “Novo Método”, regula a mente por mecanismos da experiência
que busca uma ciência útil, interpretativa, para não mais “emitir opiniões
elegantes e prováveis, mas em conhecer a verdade de forma clara e manifesta”²,
afastando qualquer falsa percepção do mundo, a que o autor chama de ídolos.
Utilizando-se da razão e interpretação, bases
epistemológicas da ciência, pode-se dissecar o mundo, sobretudo, as
fragilidades sociais recorrentes nele. Neste aspecto, o Direito, do latim directum, ou seja, aquilo que é reto, de
acordo com a lei, relacionado com o que é justo, pois da necessidade de justiça
é que nasce o direito, ou seja o direito não tem outro objetivo senão a
realização da justiça, insere-se na defesa às garantias socais básicas.
Nesse sentido, cabe ao Direito, e em especial aos juristas e
àqueles que o buscam, prover a igualdade de direitos, e, na imparcial obediência
às leis. Não mais a contribuir com um sistema instituído e enraizado de
igualdade formal dos indivíduos, que inviabilizam a formação dos mais pobres, a
autonomia do pensamento, restringi horizontes do interesse pelo exercício da cidadania
e limita as possibilidades de participação ativa na política. Pois, a justiça,
de acordo com Aristóteles e aperfeiçoado pela Escolástica, é a perpétua vontade
de dar a cada um o que é seu, segundo uma igualdade.
-Murilo Salvatti Marangoni, aluno do 1º Ano de Direito da XXXV Turma –
Matutino
Franca, 12 de março de 2018.
Franca, 12 de março de 2018.
¹Discurso do Método, página 20
² Novo Organum, página 5
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