Entre as incongruências no caso “rolezinho” saltam aos nossos olhos as feridas nunca cicatrizadas de um racismo como ideologia de Estado, e a sua consequente atenuação na sociedade naquilo que Marx convencionou chamar de luta de classes. O shopping, símbolo do capitalismo, reúne pessoas de alto poder aquisitivo e que se sentem incomodadas com a presença de classes mais baixas, muitas vezes os denominando de baderneiros e arruaceiros.
Olhando por uma perspectiva positivista, os "rolezinhos" podem ser considerados como a quebra da ordem uma vez que os jovens estão causando tumulto em um lugar em que o comércio é essencial para o giro do capital, que é o ponto de partida para o desenvolvimento (considerando o nosso modelo capitalista).
Sendo assim, a decisão judicial do juiz Dr. Alberto Gibin Villela da comarca de São Paulo se aproxima dessa visão positivista. A proibição dos "rolezinhos" é uma "afirmação" da ordem e progresso. Isso mostra o quanto o positivismo ainda está muito presente nas nossas decisões. Optamos sempre pelo "politicamente correto" e esquecemos, muitas vezes, de que somos todos iguais e temos os mesmos direitos perante a lei independente de classe social, etnia ou credo.
Cínthia Baccarin
1º ano de Direito - Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário