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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Rolezinhos





                                A questão sobre os ''rolezinhos'' tem gerado acalorados debates na opinião pública nacional. Em um extremo sustenta-se a defesa intransigente desse movimento, alegando como uma manifestação popular de uma classe excluída da sociedade. No outro admite-se o movimento, como um ato de produção de desordem sem sentido e fora de contexto. Por meio de uma análise dessas duas vertentes antagônicas é possível observar características desses encontros.
                                Por um lado há os favoráveis aos movimentos, defendendo a ideia de que esses eventos nada mais são que o levante da classe oprimida contra a elite. O shopping ambiente normalmente frequentado por pessoas de poder aquisitivo maior se tornou o palco para essa disputa. Pessoas que durante anos  sofreram preconceitos e foram limitadas de possuir os mesmos benefícios, vantagens e oportunidades de uma minoria, querem - talvez inconscientemente- obter essas regalias, mesmo que sendo simplesmente frequentando e se divertindo no mesmo lugar.
                                 Por outro lado há os contrários ao movimento, como o juiz Alberto Gibin Vilela, que por meio de uma lógica positivista, que alega a manutenção da ordem para um verdadeiro progresso futuro , garantiu a liminar que impede a aproximação dos jovens no shopping. Durante esses encontros ocorreram crimes e vandalismo e baseado nesses fatos, ocorreu a defesa de inúmeras pessoas da proibição dos rolezinhos.
                                Apesar da grande discussão clássica entre direita e esquerda gerada devido aos rolezinhos, pode-se observar toda essa questão de uma forma mais simples. Não necessariamente é um conflito étinico-social entre a elite contra os pobres. Um motorista de ônibus trabalha o dia todo leva a família para comer um lanche e não quer que 937 adolescentes ocupem um espaço construído para ser ocupado por 100. É óbvio que não devemos desconsiderar o as questões históricas da classe social da maioria dos adolescentes ali presentes, mas não é motivo para legitimar algo que agride o bem-estar de muitas pessoas do local , não importando sua classe social. Enfim é importante o debate sobre questões sociais e antropológicas de eventos do nosso país, desde que seja algo realmente útil e sem debatedores extremistas e cegos à opiniões contrárias as suas.

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