Choque Cultural
Encontros marcados em centros comerciais por jovens da periferia receberam o nome de "rolezinho". Nesses encontros, encontram-se pontos conflitantes a serem explicitados. Primeiramente, pessoas advindas das zonas periféricas e predominantemente de classes sociais mais baixas tomando posse de um local, convencionalmente elitista, aristocrático; fato que gerou incômodo na segunda parcela populacional mencionada.
Além disso, é necessário considerar o estabelecimento como comercial, ou seja, que visa o lucro, para tanto, é necessário a livre-circulação e atingimento do público alvo, que, neste caso, é caracterizado pelas classes média e alta. Há ainda, o impasse sobre o direito de ir e vir das classes periféricas, que com a decisão de cerceamento do juiz Alberto Gibin Villela foi prejudicado.
Essa decisão é considerada positiva pelo fato de atestar uma ordem social a ser mantida mesmo custando a coerência e a retidão das decisões judiciárias. Shoppings são estabelecimentos privados e a polícia militar um órgão público, a intervenção deste é incongruente. Além disso, há a balança sempre pendida para o lado do mais forte economicamente, sempre quando há um conflito de direitos, envolvendo classes, a mais baixa é prejudicada, diminuída e escorraçada de volta à periferia.
Manter o status quo é a intenção primeira do positivismo, isto é, continuar privilegiando os já privilegiados e excluir cada vez mais os que já não tem vez. Enquanto houver choque cultural é certo que o poder econômico falará mais alto, segundo essa ótica. Logo, é necessária a discussão sobre a legitimidade desse processo excludente e retrógrado, para encontrar-se uma saída mais justa, mais humana.
Kalinka Favorin Rodrigues - 1º ano, Direito Noturno
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