Os
“rolezinhos”, encontros marcados por vários jovens através das redes sociais,
geralmente em shopping centers, tiveram grande repercussão nacional, o que se
pode notar pelas críticas que esses vêm recebendo, bem como a represália de
alguns comerciantes, empresários e de pessoas de classes privilegiadas, que a
justificam afirmando que os adolescentes causam tumultos e apresentam,
supostamente, a intenção de furtos e roubos.
A decisão do juiz Alberto Gibin Villela mostra-se positivista devido à oposição
aos “rolezinhos”, alegando que, de acordo com o art. 6º, a segurança pública é um
direito social que não estaria sendo garantido. Além de positivista, a decisão
mostra-se totalmente preconceituosa pelo fato dos jovens, devido às suas
classes desprivilegiadas, serem impedidos de realizar suas reuniões e acusados
de romper com a ordem pública.
Isso também evidencia a segregação social existente no país, onde pessoas menos
favorecidas sofrem retaliação por seus diferentes hábitos, costumes e
linguagens, tal como se pode notar na afirmação do antropólogo Alexandre
Barbosa Pereira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
na qual se defende que os fatores que levaram a tal reação são a classe, a cor
e a raça e que, pelos jovens serem da periferia, a polícia foi acionada como
elemento de autoridade, o que não ocorreria caso fossem jovens da classe média,
visto que outra solução seria encontrada.
Dessa forma, nota-se que os “rolezinhos” adquiriram conotação politica, pois
iniciaram uma luta pelo direito que se tem de manifestar e de frequentar
locais, onde se encontravam, em grande parte, classes médias altas. Não apenas
contra o positivismo que visa manter a ordem a qualquer custo, ainda que exclua
parte de sua população, os mesmos adolescentes buscam encontrar seu lugar na
sociedade.
Isabela Dias Magnani - 1º ano Direito noturno
Isabela Dias Magnani - 1º ano Direito noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário