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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Em busca do reconhecimento

           Os “rolezinhos”, encontros marcados por vários jovens através das redes sociais, geralmente em shopping centers, tiveram grande repercussão nacional, o que se pode notar pelas críticas que esses vêm recebendo, bem como a represália de alguns comerciantes, empresários e de pessoas de classes privilegiadas, que a justificam afirmando que os adolescentes causam tumultos e apresentam, supostamente, a intenção de furtos e roubos.
A decisão do juiz Alberto Gibin Villela mostra-se positivista devido à oposição aos “rolezinhos”, alegando que, de acordo com o art. 6º, a segurança pública é um direito social que não estaria sendo garantido. Além de positivista, a decisão mostra-se totalmente preconceituosa pelo fato dos jovens, devido às suas classes desprivilegiadas, serem impedidos de realizar suas reuniões e acusados de romper com a ordem pública.
Isso também evidencia a segregação social existente no país, onde pessoas menos favorecidas sofrem retaliação por seus diferentes hábitos, costumes e linguagens, tal como se pode notar na afirmação do antropólogo Alexandre Barbosa Pereira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na qual se defende que os fatores que levaram a tal reação são a classe, a cor e a raça e que, pelos jovens serem da periferia, a polícia foi acionada como elemento de autoridade, o que não ocorreria caso fossem jovens da classe média, visto que outra solução seria encontrada.

Dessa forma, nota-se que os “rolezinhos” adquiriram conotação politica, pois iniciaram uma luta pelo direito que se tem de manifestar e de frequentar locais, onde se encontravam, em grande parte, classes médias altas. Não apenas contra o positivismo que visa manter a ordem a qualquer custo, ainda que exclua parte de sua população, os mesmos adolescentes buscam encontrar seu lugar na sociedade. 


Isabela Dias Magnani - 1º ano Direito noturno

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