Em sua obra "Do socialismo utópico ao socialismo científico", Frederich Engels expõe que a dialética, ao contrário da metafísica, leva em conta o caráter efêmero das coisas, o que permite que ela seja utilizada como forma de compreender os diversos elementos mundanos sejam eles históricos, sociais e científicos, todos sujeitos a transformações.
Segundo o mencionado autor, as coisas, em um determinado estado, trazem em si as condições propícias para ocorrência do estado seguinte. Tais condições contradizem os aspectos que caracterizam o estado em que as coisas se encontram. Daí a formulá que sintetiza a proposta da dialética: tese, antítese e síntese.
Na referida obra, é possível também observar que Engels refuta o idealismo de Hegel, propondo- ao contrário do procedimento adotado por Hegel- que deve-se partir das coisas para as ideias, para evitar a criação de concepções falsas acerca dos diversos elementos que nos cerca.
A dialética e o materialismo, aplicados ao estudo da História, permitiram que Engel criasse o chamado materialismo histórico dialético. Segundo esta teoria, ao longo da história, cada modo de produção carregava em si os elemento que propiciavam a sua sucessão por um modo de produção mais eficiente e o surgimento de uma nova sociedade. Por exemplo, durante a Idade Média, a existência das ligas hanseáticas permitiu o surgimento de meios coletivos de produção, os quais passaram a predominar sobre os indivíduais( que foram os mais abundantes até então). Juntamente com esses novos meios de produção surgiu uma nova classe social- a burguesia-e uma sociedade em que esse estrato social exercia posição dominante, explorando a classe trabalhadora. A sociedade burguesa citada apresentaria algumas contradições, tais como a produção com vistas à socidade e a apropriação individual dos produtos, o aumento dos meios de produção e do desemprego, a superprodução e a ausência de consumidores. Tais contradições motivariam o proletariado( a classe trabalhadora) a visar ao fim do modo de produção capitalista e da sociedade que está vinculada a este. Para isso, o proletariado assumiria o poder, representando assim a vontade de maior parte da população, não havendo exploração de uma classe por outra. Com isso o Estado- que é o meio pelo qual se assegura a exploração de uma classe sobre outra(s)- se extinguiria.
A essa passagem da sociedade capitalista para a sociedade socialista, dá-se o nome de Socialismo Científico. È importante ressaltar que ele não chegou a se concretizar da maneira pregada por Engels. Segundo este, o socialismo deveria ser implantado em regiões onde o cpitalismo estivesse em seu máximo grau de desenvolvimento. Não foi o que ocorreu na prática, o que é exemplificado pelo caso da Rússia, que em 1917, assistiu a uma revolução socialista pouco tempo após uma reestruturação econômica de cunho capitalista, ocorrida em 1905.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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