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domingo, 6 de maio de 2012

Não somos o que queremos ser.


 O despertador rompe o silêncio, característico das primeiras horas do dia, faz-nos levantar, vestir, prover cuidados básicos de higiene e nos dirigir a rotina que abarca nossas vidas.
  Desde a necessidade de vestir uma roupa à automanutenção provida pelos frutos monetários das formas de trabalho contemporâneo nos deparamos com eventos sociais que devemos cumprir, caso não estejamos hábeis a receber sanções ou resistências dos demais membros do núcleo social que nos rodeia.
  Encontram-se nas situações apresentados até então claros exemplos do que Durkheim edifica em seu conceito de fato social como elemento reconhecível pelo poder de coação externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos , não nascendo com eles como elemento de sua natureza, mas neles imposto como generalidade comportamental intransferível e quase inviolável.
  Partindo dessa definição de fato social podemos a ele relacionar as leis que regem os estados nacionais. Consideremos as leis como instrumentos que positivam a legitimidade ou não de determinadas circunstâncias. Essas são fruto de determinismos comportamentais advindos  de um estado de alma coletiva, reflexo das coerções características dos fatos sociais.
  Outro notável elemento a ser relacionado com a fundamentação dos fatos sociais é o sistema educacional que nos submetemos atualmente. Desde o ensino infantil o elemento coercivo faz parte da rotina escolar, definindo como devemos agir com nossos semelhantes colegas de classe ou com a autoridade professoral vigente.
  Não há de ser agradável a epifânica constatação com a qual a leitura durkheimiana nos acomete, é sempre labutar sabermos que não somos o que queremos ser, mas dever-nos-emos adaptar com tal realidade.

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