Para Durkheim a primeira e mais fundamental regra consiste
em considerar os fatos sociais como coisas. Da mesma forma que um juiz julga um
caso como externo a si mesmo, um sociólogo, cientista que estuda a realidade,
deve analisar os fatos sociais como exteriores a si.
Porém, analisando com mais cuidado, a teoria de Durkheim supõe
que os sociólogos não sofram influências dos mesmos fatos sociais que estudam,
o que não podemos considerar como verdadeiro completamente. Segundo ele mesmo “o
objeto em si e as ideias que a seu respeito formulamos nos tocam de perto e
tomam assim tal autoridade que não suportam contradição.” Tomando tamanha
proporção e sendo, em sua maioria, inconscientes, os fatos sociais atuam sobre
todas as pessoas e lhes é impossível analisar fatos sem considerar seus valores
prévios.
Isso porque não analisamos as coisas para depois criarmos
ideias sobre elas, na verdade, tomamos consciência das nossas ideias e das coisas
ao mesmo tempo, realizando uma troca quase simultânea. Por sua vez, a
acomodação às regras atinge a todos e nos faz acreditar que muitos dos nossos
sentimentos são frutos da nossa própria elaboração, quando, na verdade, são
imposições exteriores e dificilmente alienáveis.
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