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domingo, 6 de maio de 2012

O Porquê do 'Fato Social"


               O interesse do homem para com a vida em sociedade vêm de longa data. Inerente a qualquer organização humana sempre esteve associado a tentativa de contemplar, entender, organizar e até mesmo dominar o corpo social (ubi societas, ubi ius, onde existe a sociedade, existe o Direito). No decorrer da história esse interesse se consumou de diversas maneiras, havemos de citar pela importância, desde as proposições de Aristóteles sobre o caráter natural do homem como ser político-social às instruções de Maquiavel sobre o uso da politica para fins individuais. Todas estas reflexões tentaram expor o funcionamento da vida em comunidade.
                Seu formato, porém, devido ao caráter silogistico, perdia espaço a medida que o pensamento adquiria cada vez mais um teor científico, influenciado pelas idéias de Bacon e Descartes que já atuavam fortemente nas ciências naturais, idéias estas que buscavam nos fenômenos naturais suas causas e efeitos. Assim surge o primeiro obstáculo a apreciação científica da sociedade: como se definir o objeto de estudo de uma área aparentemente tão abstrata do conhecimento?
                É aí que se encontra a grande relevância de Durkheim, definindo e delimitando o fenômeno social a ser estudado, possibilitando que se utilize devida metologia para explicá-lo. Para o autor, o ‘fato social’ é aquele que exerce uma coerção sobre um grupo de indivíduos, que não parte da vontade particular mas é fruto da própria interação entre os eles. Com isso, Durkheim cria uma nova área de conhecimento, que se difere da psicologia (ainda que se complementem) por tratar de movimentos de princípios e funcionamento bem distintos.
                É dessa maneira que o autor busca dar seriedade e crédito a recém formulada ciência social e busca, a sua maneira, fazer com que os indivíduos se sintam partes de um todo e que, assim sendo, a sociedade funcione de maneira mais orgânica e interiorizada.
                 

            “É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.”
(DURKHEIM, Émile, As Régras do Método Sociológico)

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