O interesse do homem para com a vida em sociedade vêm de
longa data. Inerente a qualquer organização humana sempre esteve associado a
tentativa de contemplar, entender, organizar e até mesmo dominar o corpo social
(ubi societas, ubi ius, onde existe a
sociedade, existe o Direito). No decorrer da história esse interesse se
consumou de diversas maneiras, havemos de citar pela importância, desde as
proposições de Aristóteles sobre o caráter natural do homem como ser político-social
às instruções de Maquiavel sobre o uso da politica para fins individuais. Todas
estas reflexões tentaram expor o funcionamento da vida em comunidade.
Seu formato, porém, devido
ao caráter silogistico, perdia espaço a medida que o pensamento adquiria cada
vez mais um teor científico, influenciado pelas idéias de Bacon e Descartes que
já atuavam fortemente nas ciências naturais, idéias estas que buscavam nos fenômenos naturais suas causas e efeitos. Assim surge o primeiro obstáculo a
apreciação científica da sociedade: como se definir o objeto de estudo de uma
área aparentemente tão abstrata do conhecimento?
É aí que se encontra a
grande relevância de Durkheim, definindo e delimitando o fenômeno social a ser
estudado, possibilitando que se utilize devida metologia para explicá-lo. Para
o autor, o ‘fato social’ é aquele que exerce uma coerção sobre um grupo de indivíduos, que não parte da vontade particular mas é fruto da própria
interação entre os eles. Com isso, Durkheim cria uma nova área de conhecimento,
que se difere da psicologia (ainda que se complementem) por tratar de
movimentos de princípios e funcionamento bem distintos.
É
dessa maneira que o autor busca dar seriedade e crédito a recém formulada
ciência social e busca, a sua maneira, fazer com que os indivíduos se sintam
partes de um todo e que, assim sendo, a sociedade funcione de maneira mais
orgânica e interiorizada.
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