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segunda-feira, 16 de abril de 2012


Transformação do mundo Terra-homem para mundo Terra-planeta
Há certas coisas que me intrigam desde que era criança, uma delas seria a exploração da natureza, eu via carros, prédios, fábricas, tudo era concreto, aquele cinza que até me dava náuseas, e então pensava, Onde estão as árvores, o verde, o selvagem, o não industrializado, o realmente natural? A única coisa que restou foram resquícios de uma floresta, de um habitat, de toda uma vida, relações naturais, ou seja, toda a interação, relação, vida-vida. Vida de todos os animais, vida do conjunto em si, conjunto formado por todos os seres vivos, incluindo os homens. Depois comecei a criar certas hipóteses, e se não houvesse o homem, creio que o mundo seria muito mais ele mesmo, sim, o mundo seria mundo, a Terra seria mais Terra. Estranha essa suposição... Nós consideramos a Terra como planeta em que vivemos, o nosso mundo, e por isso ela deixa de ser Terra-planeta e passa a ser Terra-homem, ela é vista apenas como o lugar em que estamos “fadados”(pelo menos por enquanto) a viver e como um meio para a produção de bens materiais.
Pois bem, temos a definição da Terra-homem: um planeta em que temos que viver, produzindo, comprando, sem que haja qualquer equilíbrio em transformar sua matéria-prima, seu ser, em produtos.
Essa é a questão colocada pelo filme “Ponto de mutação”, de Bernt Capra, até quando a visão de mundo vai continuar seguindo essa trajetória de pura racionalidade, e é colocada em questão a visão de Bacon e Descartes, que afirma que devemos conhecer a natureza para poder domina-la, é a busca de uma ciência útil na luta contra a natureza, e essa natureza é vista como diferentes partes e não como um todo, não em relações vida-vida, natureza-homem, o homem faz parte dessa natureza, mas de forma separada, como se fosse até mesmo superior, afinal vivemos no planeta Terra-homem. O filme traz a ideia de que deveríamos evoluir tecnologicamente sob outros paradigmas, encontrando-se ai o ponto de mutação, ruptura, deveríamos pensar sob outros aspectos, outras perspectivas. Há o questionamento da ciência moderna, até onde vai essa capacidade de resolver todos os problemas humanos? E realmente temos tantos problemas que precisam de inovação tecnológica? O problema da fome, da miséria, para ser resolvido não precisaria de tanta tecnologia, trata-se de um problema que atravessa séculos, e continua ai, lado a lado com a tecnologia.

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