O filme “Ponto de Mutação”, de Bernt Capra,
baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, tem seu enredo baseado nas diversas
discussões acerca da relação entre natureza, ciência e o homem. Em uma conversa
entre um político, um poeta e uma física, o método de Descartes é colocado como
ultrapassado. Assim, o método holístico é colocado como uma possível solução.
O método cartesiano, como sabemos, é a divisão do
todo em partes. É a visão do mundo como uma máquina. E cada um de nós é apenas
uma das engrenagens. Devemos realmente perceber o quanto essa metodologia foi
necessária e inovadora em seu tempo. Porém, atualmente, estamos participando do
método cartesiano extremado, e percebemos o quanto ele, em nosso tempo, é
limitante.
O método holístico, que aparece no filme nas
palavras da física Sonia, é, de fato, mais atual. Coloca cada um de nós como
parte integrante e necessária de um sistema. Assim, para percebemos os problemas
de cada indivíduo social, devemos analisar todo o seu contexto de vida. Visão
interessante, inovadora e bem condizente com os padrões sustentáveis que vem
ganhando força atualmente. Porém, igualmente restrita.
Se, de fato, a ciência é um método para o estudo
e entendimento da humanidade como um todo, os pensamentos que dela fazem parte
devem alcançar um equilíbrio, porque na verdade, são complementares. Em um
pensamento dialético, chegaríamos a uma síntese que representasse nada além do
que a união entre o progresso científico/tecnológico e o sustentável, o
individual e o coletivo, os afetos e a razão. A parte e o todo.
Enfim, se somos parte ou se somos todo, temos
igualmente a “necessidade de funcionar”. Funcionar em parte, como um indivíduo
realizado em sua própria vida, e funcionar no todo, cumprindo nossas funções
nos diversos sistemas nos quais estamos integrados.
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