No filme “Ponto de Mutação”, dirigido por Bernt Capra, há,
como ponto principal, uma discussão entre um político, uma cientista e um poeta
que leva ao questionamento da Ciência Moderna e a capacidade da mesma em
resolver problemas.
Através da crítica colocada pela física sobre o modo
cartesiano como o político analisa os fatos, infere-se que essa não é uma
característica exclusiva do americano, mas também da população. Procuramos
analisar os fatos separadamente para depois chegar-se a uma conclusão do todo. Segundo
a cientista, o mundo tem que ser
visto como um todo através das relações existentes entre cada objeto que
compõem a natureza e que fazemos parte dessas relações. A cientista afirma que
se devem abrir os horizontes para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos
processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Não se
pode olhar os problemas globais tentando entendê-los e resolve-los
separadamente, pois se dispõe de fatos que poderiam influenciar nossas
decisões.
Seria preciso a
transformação do homem, livrar-se do sistema cartesiano para a utilização do
sistema holístico, o qual analisa o indivíduo além do objeto momentâneo para
inseri-lo em um contexto social, ambiental e político, uma interdependência do
fato científico.
Bacon propõe a
transformação e escravização da natureza a fim de atingir-se o conhecimento,
entretanto, ao inserirmos a proposta baconiana aos problemas atuais, pode-se
traçar um paralelo com a questão da sustentabilidade. O equilíbrio da transformação
da natureza, proposta por Bacon, e a manutenção do homem no mundo, demonstrando
que a proposta do filósofo já não é compatível com a nossa sociedade. Esse
equilíbrio viria da compreensão das conexões entre os sistemas, através do
entendimento da dependência dos fatos naturais e humanos.
Fazemos parte de um mesmo
sistema, logo, faz-se mister que compreendamos os fatos como um conjunto de
ações e reações, interligadas e com consequências para todos os integrantes.
Podemos relacionar também o sistema holístico, portanto, com o Direito, por
exemplo. Para que haja uma sentença justa cabe aos profissionais da área a análise
do indivíduo como um todo, como parte de um histórico essencial para o
desencadeamento de sua ações e não apenas como o acusado do fato isolado.
Fazendo do Direito uma forma mais eficiente do cumprimento da justiça.
O novo paradigma
estaria, portanto, na metamorfose do homem e da ciência moderna; Racionalizar,
visto que a ciência indica os métodos que devemos seguir para atingir o
conhecimento, mas sem libertar-se dos afetos, da compreensão do outro como um
ser humano cercado por um sistema com o qual ele se integra.
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