Augusto Comte propõe em sua obra positivista a existência de três fases na construção do conhecimento: a teológica (do qual o homem busca o conhecimento de sua origem e seu destino, onde se encontram as superstições e misticismos) e metafísica (do qual o homem analisa com mais profundidade o que buscava no estado teológico), que são necessárias para o amadurecimento no entendimento do universo, mas estão aquém da realidade, e a fase positivista que marca a evolução do pensamento humano. O positivismo é visto como forma de investigar cientificamente visando os sentidos, adotando uma explicação pertinente em relação à dinâmica social.
Comte considera o ano de 1830 como um ano de transição ideológica, do sobrenatural para o real e que tudo existente até então era teológico ou metafísico, pois decorria um período de revoluções liberais, onde havia à busca de um Estado mínimo, período da Revolução Industrial, do qual a burguesia se torna a nova classe dominante. Isso gera a necessidade de compreender essas profundas transformações.
Possui como principal lema a ordem e o progresso, ou seja, devemos utilizar de leis fundamentais para a manutenção da ordem (lei estática), para que só assim, possa se chegar ao progresso (lei dinâmica). Afirma também que a ordem expressa uma sociedade saudável, o que se desvia é considerado patológico. Essa relação interdependente entre ordem e progresso implica em uma solidariedade social, e não em comodismo por meio da sociedade.
Retomando algumas ideias de Bacon e Descartes, Comte afirma que as pesquisas devem ser baseadas no concreto, não mais no abstrato. E o conhecimento deve ser obtido de uma vez, não de maneira fragmentária.
Prega como sendo essencial a manutenção da educação, junto ao poder e a solidariedade humana, superando o individualismo. A educação deve ser uma fonte que ilustra a realidade, e deve formar pessoas aptas ao exercício do poder ( quando em condições econômicas viáveis). Afirma que a educação deve mostrar aos indivíduos seus papéis sociais, nunca os encaminhando à ambição. O poder deve visar o bem estar social, realizando atos concretos, que beneficiem a sociedade como um todo, deixando o plano das ideias.
Essa proposta comteana é de certa forma inviável à sociedade contemporânea que possui um caráter fortemente individualista e um pensamento ambicioso, não exercendo como um todo atos solidários, permitindo cada dia mais o agravamento da situação social.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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Muito bom artigo,explicou de maneira clara e autêntica as ideias que Comte deixou escritas,mas não viveu para vê-las na prática.o texto foi bem esclarecedor e mostrou o que é realmente o positivismo.parabéns.
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