Para Comte o nosso conhecimento passa por três estágios diferentes que são opostos entre si e seriam necessários ao amadurecimento do entendimento e explicação do mundo. Os estágios sãos: o estado teológico ou fictício, o estado metafísico ou abstrato e o científico ou positivo. O estado teológico seria o ponto de partida necessário da inteligência humana, onde a intervenção arbitrária explicaria todas as anomalias aparentes do universo. O estado metafísico seria destinado á transição do teológico para o científico. Ele é no fundo uma modificação geral do estado teológico, onde os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas inerentes aos diversos seres do mundo. Ambos estados descritos seriam, na visão comtiana, etapas necessárias às primeiras conjecturas teóricas sobre o universo. O estado positivo seria o estado fixo e definitivo da inteligência humana. Essa filosofia marcaria o amadurecimento do espírito humano, e seria o estado viril do método de obter o conhecimento humano.
A filosofia positiva teria como mais alta ambição a de descobrir as leis dos fenômenos e evitar o que a teologia estuda, pois a última se distanciaria do uso da razão na compreensão dos fatos. E para Comte somente seriam reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados, e para ele a natureza seria a única fonte exclusiva de todos os fenômenos.
Algumas das propriedades fundamentais da proposta positivista seriam: reforma da educação para que se rompa o isolamento das ciências; que o conhecimento é uno, ou seja, a filosofia positiva exige a combinação de várias outras filosofias; e que a filosofia serviria de base para a reorganização social da sociedade moderna.
Para fortalecer essa ideia da filosofia positivista como um conhecimento uno deveria, assim como o próprio Comte aborda, incluir a filosofia social nos estudos, porém com mais ênfase nela mesma por ter essa filosofia suas características próprias e por ser importante no contexto geral do conhecimento moderno.
O positivismo não é só empirismo ele também é ciência e técnica, que combinadas auxiliam o homem a superar a sua fragilidade perante o mundo moderno. A moral religiosa e a metafísica não servem para a modernidade porque pode carregar a “anarquia” ou uma busca exagerada pelo poder.
Ao que diz respeito ao fundamento que diz sobre a reforma da educação Comte diz que na educação das classes superiores predomina a metafísica, carecendo de substância positiva que possa ser útil no cotidiano. E o proletariado, ou seja, a classe inferior, seria considerada como “tábula rasa”, porque sem influências anteriores de outros tipos de filosofia eles conseguiriam absorver a filosofia positiva muito mais rápido e da forma mais correta, sem interferências. Por isso o espírito positivista seria melhor compreendido pelos “operários” do que para as outras classes.
O conhecimento positivo poderia ser comparado inclusive como uma forma de lazer para o proletariado, pois ele passaria a compreender e entender melhor o seu trabalho, o seu cotidiano. Além disso, seria reforçado o gosto pelo trabalho prático e a aceitação de seu papel social pelos trabalhadores. Para Comte a ordem era importante, pois só com ela seria possível se organizar de forma correta e coerente para poder se alcançar o progresso, principalmente econômico, e por isso que Comte diz que os trabalhadores deveriam aceitar seu papel social, porque ele acreditava que para haver o progresso certas atividades deveriam ser feitas para o melhor da sociedade de forma geral.
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