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domingo, 1 de maio de 2011

Postivismo: a ciência da sociedade

Para se analisar o positivismo de Comte, é essencial que se entenda o contexto histórico, ou seja, o ápice da globalização, do capitalismo. Estavam acontecendo, em 1830, inúmeras revoluções liberais,propostas em contraponto às insuficiências do iluminismo. Surgia muito forte a ideia do mercado, que determinaria tudo, inclusive a vida cotidiana dos cidadãos. As mudanças eram evidentes, entre elas a mais significativa foi a transformação dos trabalhadores em meros vendedores da sua mão-de-obra.
É a partir da necessidade de se entender o porquê dessas transformações e suas consequências, que surge o positivismo.

Para essa ciência, o pensamento humano se desenvolve em três etapas: a teológica(primeiras explicações para a vida. Seria inadequada para essa época de tanto sofrimento, pois não dá respostas concretas), a metafísica(racionaliza algo na imaginação) e finalmente o estágio positivo, que pensaria na realidade concreta, interpretando-a e fornecendo explicações. Assim, o postivismo criaria a ciência da sociedade, que agiria afim de combater desgraças e patologias.

Outra característica essencial da ciência postiva é a ideia do papel social de cada um dentro da sociedade. Entende-se, assim, que um operário não seria menor do que um engenheiro, pois ele desempenha um papel imprescindível dentro de um todo.Logo, como o importante é a função social, esses trabalhadores não possuem grandes ambições materiais, e aceitariam, inclusive uma possível diferença salarial.Essa visão de conjunto só poderia ser despertada por uma educação universal, que consistiria a base para a sabedoria humana.

Comte também ressalta que o positivismo seria uma relação entre a ciência e a técnica, e que buscaria a transformação da natureza. Nesse ponto, considera-se os proletariados mais propensos à educação positiva,já que estando em contato direto com a natureza, conseguem visualizar a finalidade das situações mais facilmente (não foram doutrinados pela metafísica, não trabalham com a teoria pura).A crítica postivista em relação ao ensino metafísico também se deve ao fato dele não se concentrar nos problemas reais do proletariado, mas sim na participação politica de cada cidadão.

Voltando-se para a nossa sociedade atual,percebemos a dificuldade de se aplicar a teoria de Augusto Comte. Nessa realidade individualista, não cabe alguns dos principais conceitos positivistas, como a solidariedade(faz-se o bem para alcançar a felicidade terrena, o bem social) e a felicidade como bem público(ideia de comunhão voltada para a felicidade coletiva, mesmo que para isso haja uma momentânea infelicidade pessoal).

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