O Positivismo surge em um momento de turbulência social (promovido pelo advento da Revolução Industrial), no qual o mercado passa a determinar a dinâmica do cotidiano. Para compreender as mudanças sociais dessa época, Comte cria uma nova ciência que as explica, pois acredita que a teologia e a metafísica (antes utilizadas para entender o funcionamento social) foram superadas e, sendo assim, ele necessita de uma nova filosofia, a qual classifica como a evolução máxima do pensamento humano.
A filosofia positivista de Augusto Comte fundamenta-se na constante busca da ordem que, uma vez alcançada e mantida, gera o progresso e na defesa de uma reforma educacional que permita o conhecimento amplo das ciências a fim de facilitar a conscientização da função social de cada um.
Em analogia com o corpo humano, qualquer desvio da ordem é encarado como uma patologia que deve ser diagnosticada por um cientista social e solucionada para manter o corpo (o todo) saudável.
A escassez, isto é, a ausência de garantias mínimas, gera insatisfações que, por sua vez, provocam os temidos desvios da ordem. Sendo assim, a profilaxia (a prevenção de “doenças”) se baseia em promover garantia mínimas a cada célula social a fim de mantê-las em ordem para o corpo todo progredir. Um exemplo prático desse método de prevenção, que comprova que ainda há influências do espírito positivo em nossa sociedade, são os programas assistencialistas. Eles acomodam cada célula em seu “devido lugar” concedendo aquilo de que elas necessitam, ou seja, atendendo aos seus interesses reais e imediatos.
Porém, embora haja pitadas de positivismo em nossa sociedade, ele não mais se estabelece contundentemente entre nós, uma vez que a defesa do coletivismo, do corporativismo e da solidariedade social se choca com o individualismo, a competição, a ambição pessoal tão presentes em nosso cotidiano.
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