Alguns podem dizer que farei o papel de “advogado do Diabo”, os demais dirão que nem mesmo o Diabo o aceita como filho. Independentemente do julgamento a ser feito do meu posicionamento, ressalto que o faço por livre e espontânea vontade. Podem até me chamar de positivista, mas o que eu realmente acredito é no “bom-senso”.
Augusto Comte, em seu livro “Curso de Filosofia Positiva”, defende uma reorganização da sociedade, com vistas para o estabelecimento de uma ordem que, finalmente, traria pleno progresso. Sua máxima é: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim (em francês: "L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but"). O que vemos em nossa bandeira é a abreviação dessa máxima. Eu tenho a convicção de que Comte não está errado. Basta analisar que todos os governos onde a palavra do Estado é obedecida sem contestação (sem desvio da ordem), o progresso é notável. O Brasil cresceu astronomicamente em dois momentos (Era Vargas e Governo Militar de 64). O Japão se tornou a grande potência que é hoje, graças à total dedicação de seus habitantes ao mando do Imperador. A incrível China de Deng XiaoPing. A Argentina de Perón. A França de Luis XV. O México de Porfirio Díaz. Tantos exemplos que podemos citar. Não digo que esses governos todos respeitaram os Direitos Humanos, liberdades individuais ou simples manifestações do pensamento; digo apenas que eles foram eficientes e alcançaram seus objetivos propostos.
A grande confusão que há está acerca do autoritarismo. Não defendo a violação dos direitos individuais. Os governos totalitários árabes estão desmoronando por terem gasto grande quantidade de riqueza do país, sem produzir nada em prol de sua população. Essa derrubada é necessária, e defendida por Comte. A realidade nesses países era de anarquia política, e é essencial que esse governo seja deposto para o estabelecimento de uma nova ordem, capaz de trazer o progresso tão esperado. Portanto, o autoritarismo não é uma característica natural do Positivismo, mas um instrumento utilizado em muitas das vezes. Uma coisa não está necessariamente ligada à outra, ainda que alguns o digam.
Por fim, concluo que o Positivismo não é a solução para todos os problemas da sociedade, mas seu empirismo faz com que seja uma teoria muito mais palpável, próxima do que vivemos; diferente da Teologia e Metafísica, que são, de acordo com Comte, estágios iniciais da construção do conhecimento. O Positivismo, por pregar a aplicabilidade das teorias, mantém-se sempre firmada no real, fugindo de utopias e sonhos.
O Positivismo é um pensamento lógico, simples, prático. Não é bonito, nem mesmo popular entre os “intelectuais” e “pseudo-intelectuais”. O mais importante: Não é cínico, como certas ideologias.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
Total de visualizações de página (desde out/2009)
domingo, 1 de maio de 2011
Em Defesa de Comte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Comte prega ideias etnocêntricas. Para o positivismo, os africanos não passam de "fósseis vivos", que precisam ser civilizados pelos superiores(europeus industriais).
ResponderExcluir