A crise política
e econômica que se alastrou pelo país forneceu ao brasileiro a possibilidade de
refletir: seja sobre a influência e o poder de alienação que as mídias exercem
na sociedade, sobre o que políticos realmente são, sobre qual deveria ser o
real papel do governo ou sobre como lutar por garantias e resistir por outras vias
que não envolvam diretamente os poderes legislativo e administrativo. É à luz
desse último princípio que surgem movimentos sociais como o MST e o MTST, além da
seguinte questão: é possível ocupar o Direito?
Para
responder tal questão, é importante enfatizar que teoricamente o Direito
deveria prezar pela imparcialidade, mesmo que ela plena seja inalcançável.
Trazer paixões pessoais e ideologias políticas para a esfera jurídica vai de
encontro com o conceito criado por Francis Bacon no Novum Organum acerca dos
ídolos do teatro, onde dogmas e ideologias cegam nossa visão do que é real (exemplos
podem ser verificados nas sentenças do juiz Jorge Souto Maior, o “Robin Hood de
Jundiaí” ou mesmo nas do Juiz Sérgio Moro). Ademais, a população já está
descontente com as três esferas do poder, seria ainda mais prejudicial trazer
mais demérito a um judiciário que já é desacreditado.
Para concluir,
em meio a tanta polarização, ascensão de discursos populistas e, por vezes,
carregados de ódio e a obsessão por se manipular a tudo e a todos, talvez a pergunta
que realmente deveria ser feita é: vale a pena ocupar o Direito?
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