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sábado, 10 de março de 2018

Vale a pena ocupar o Direito?


A crise política e econômica que se alastrou pelo país forneceu ao brasileiro a possibilidade de refletir: seja sobre a influência e o poder de alienação que as mídias exercem na sociedade, sobre o que políticos realmente são, sobre qual deveria ser o real papel do governo ou sobre como lutar por garantias e resistir por outras vias que não envolvam diretamente os poderes legislativo e administrativo. É à luz desse último princípio que surgem movimentos sociais como o MST e o MTST, além da seguinte questão: é possível ocupar o Direito?

Para responder tal questão, é importante enfatizar que teoricamente o Direito deveria prezar pela imparcialidade, mesmo que ela plena seja inalcançável. Trazer paixões pessoais e ideologias políticas para a esfera jurídica vai de encontro com o conceito criado por Francis Bacon no Novum Organum acerca dos ídolos do teatro, onde dogmas e ideologias cegam nossa visão do que é real (exemplos podem ser verificados nas sentenças do juiz Jorge Souto Maior, o “Robin Hood de Jundiaí” ou mesmo nas do Juiz Sérgio Moro). Ademais, a população já está descontente com as três esferas do poder, seria ainda mais prejudicial trazer mais demérito a um judiciário que já é desacreditado.

Para concluir, em meio a tanta polarização, ascensão de discursos populistas e, por vezes, carregados de ódio e a obsessão por se manipular a tudo e a todos, talvez a pergunta que realmente deveria ser feita é: vale a pena ocupar o Direito?


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