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sábado, 10 de março de 2018

Olhos inertes: a resignação que sustenta o domínio


O advento da pós-modernidade propiciou a criação de uma hiper-realidade pautada pela coexistência de acontecimentos paradoxais. Entretanto, a alienação humana, decorrente da dominação burguesa, impede a emancipação racional dos indivíduos, dificultando a legitimação das múltiplas pautas existentes no mundo contemporâneo.
Segundo Francis Bacon, filósofo inglês do século XVI, o avanço da humanidade só ocorreria caso os homens renunciassem a seus ídolos e empenhassem esforços para a criação de uma ciência combativa e questionadora. Apesar disso, a desigualdade de classes inerente ao capitalismo financeiro do século XXI evidencia que os indivíduos continuam sujeitos à soberania das classes dominantes e, portanto, encontram-se acorrentados em sua caverna.
A hegemonia da elite evidencia-se a partir dos inúmeros retrocessos promovidos pelo atual governo brasileiro. Um exemplo disso foi a mudança na portaria sobre o trabalho escravo, em outubro de 2017, fato que abriria precedentes para aumentar a exploração do trabalhador e a proliferação de novos escravos. Contudo, a mobilização popular, pautada pelos direitos assegurados pela Constituição Federal, impediu que tais mudanças entrassem em vigor. Assim, a resistência é a principal chave para libertar os grilhões impostos pela casa grande.
Em suma, é essencial a ocupação do direito pelo povo, através de passeatas no espoco público e movimentos sociais, como o movimento LGBT e o MTST, por exemplo. Dessa forma, a “Revolução Democrática da Justiça”, descrita por Boa Ventura de Souza Santos, irá avançar e, assim, há de chegar o dia que o cego e o amordaçado irão conseguir enxergar e falar com clareza e, nesse dia, a chibata da injustiça será um eco vazio de um passado brutal.


Victor Vinícius de Moraes Rosa - 1º ano direito noturno

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