O
advento da pós-modernidade propiciou a criação de uma hiper-realidade pautada
pela coexistência de acontecimentos paradoxais. Entretanto, a alienação humana,
decorrente da dominação burguesa, impede a emancipação racional dos indivíduos,
dificultando a legitimação das múltiplas pautas existentes no mundo
contemporâneo.
Segundo
Francis Bacon, filósofo inglês do século XVI, o avanço da humanidade só
ocorreria caso os homens renunciassem a seus ídolos e empenhassem esforços para
a criação de uma ciência combativa e questionadora. Apesar disso, a
desigualdade de classes inerente ao capitalismo financeiro do século XXI
evidencia que os indivíduos continuam sujeitos à soberania das classes
dominantes e, portanto, encontram-se acorrentados em sua caverna.
A
hegemonia da elite evidencia-se a partir dos inúmeros retrocessos promovidos
pelo atual governo brasileiro. Um exemplo disso foi a mudança na portaria sobre
o trabalho escravo, em outubro de 2017, fato que abriria precedentes para
aumentar a exploração do trabalhador e a proliferação de novos escravos.
Contudo, a mobilização popular, pautada pelos direitos assegurados pela
Constituição Federal, impediu que tais mudanças entrassem em vigor. Assim, a
resistência é a principal chave para libertar os grilhões impostos pela casa grande.
Em
suma, é essencial a ocupação do direito pelo povo, através de passeatas no
espoco público e movimentos sociais, como o movimento LGBT e o MTST, por
exemplo. Dessa forma, a “Revolução Democrática da Justiça”, descrita por Boa
Ventura de Souza Santos, irá avançar e, assim, há de chegar o dia que o cego e
o amordaçado irão conseguir enxergar e falar com clareza e, nesse dia, a
chibata da injustiça será um eco vazio de um passado brutal.
Victor Vinícius de Moraes Rosa - 1º ano direito noturno
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