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domingo, 8 de maio de 2022

Acorda amor, é a ditadura lá fora

 Do que se trata o progresso?

Do que vale a ordem?

Quando as ruas se enchem de sangue e terror,

do que vale qualquer coisa


Esse é o bem de todos? Tem certeza?

Porque ouço todos os dias os gritos dos meu vizinhos

O choro das mães que perderam seus filhos

A agonia dos que entraram num carro e não voltaram


Ouvi Caetano dizer que é proibido proibir

Ouvi Vandré cantar sobre viver sem razão

Ouvi Chico temer da dura que vinha numa estranha viatura

Por que tanto medo onde se diz ter salvação?


Não me pinto de amarelo e verde

me pinto de dor, me pinto de sangue

Me pinto dos gritos abafados e das mentiras

Me cubro com o manto da alucinação que jurava pregar a união


Acorda amor, eu tive um pesadelo agora,

meu governo fingia se importar e matava gente a fora

Me pediam para exaltar meu país acima de mim mesmo

e acabei sozinho, numa cela fria e preso


(mandaram um recado dizendo a irrealidade,

que eu me matei num surto de vaidade

Minha família nunca acreditou,

mas dessa ditadura, nem meu próprio corpo me restou)


Vitória Santos da Silva, 1º ano Noturno

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