Ditadura brasileira. Direitos
humanos. Estratégia. O que essas três palavras
possuem em comum? Em um primeiro momento elas podem parecer distintas, ou pelo
menos, contrárias umas as outras. Entretanto, a história da política externa
brasileira mostra a verdadeira conexão entre elas.
Graças ao estudo do professor Joao Roriz, formado em Relações Internacionais na UFG, hoje podemos entender melhor a surpreendente estratégia utilizada no plano internacional pelo Brasil no contexto militar. O Brasil participou do comitê de Direitos Humanos da ONU durante um período dentro da ditadura militar brasileira. Ao observarmos os inúmeros casos de desrespeito à dignidade humana ocorridos (como censura, torturas e assassinatos) naquela época parece um tanto contraditório um país violador de direitos humanos participar de uma comissão para proteger esses direitos internacionalmente. A realidade é que por mais absurdo e injusto que fosse essa situação, ela era extremamente eficiente visto que o Brasil conseguia arquivar uma enorme quantidade de casos contra si mesmo. Dessa forma, o Brasil possuía uma política progressiva no âmbito externo, a qual preservava a manutenção de uma política repressiva no âmbito interno.
Portanto, pouquíssimos
crimes ocorridos durante a ditadura militar foram julgados, seja pela estratégia
utilizada na política externa brasileira, ou seja, pela Lei de Anistia que
pregava um "perdão" amplo, geral e irrestrito. Por conta desses fatores, o
Brasil nunca lidou com esses entraves em sua história, e até hoje essa ferida
ainda está muito sensível para se tocar.
Heloísa Salviano- primeiro ano direito noturno, unesp.
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