Olavo Bilac foi um grande propugnador do serviço militar obrigatório, tal ação justifica o fato do poeta ser tratado como patrono do exército brasileiro. Símbolo do parnasianismo no Brasil, sua poesia abarca muitos dos aspectos positivistas difundidos na época. Um exemplo disso é a primeira estrofe do Hino à Bandeira:
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.
Ao tratar a bandeira brasileira como um pendão da esperança, o autor evidencia a expectativa de progresso emoldurada no lema positivista presente na nossa bandeira: Ordem e Progresso. Já, ao tratar a bandeira como um símbolo augusto da paz, o termo “augusto” recebe uma conotação ambígua uma vez que pode ser interpretada no sentido habitual como divino ou mesmo fazendo referência ao patrono do positivismo Augusto Comte. Logo é evidente que a lógica militar brasileira gira em torno da máxima: amor por princípio, ordem por base e progresso por fim.
Dessa forma, a mais importante influência do Positivismo, no Exército Brasileiro, foi a Instrução do conhecimento das Leis Naturais da Ciência Moral Positiva – isto é, a Ciência da Construção, baseada nos deveres, cujas aplicações resultam nas disciplinas, a serem cumpridas, sem discutir, através das ordens do Comando, onde a hierarquia, é respeitada espontaneamente, pela noção de veneração ao superior, devido ao seu mérito. Essa noção é muito importante para entender o golpe militar de 1964, visto que, na época, o Exército Brasileiro, em decorrência dessa hierarquia e da lógica de dever/disciplina vivenciada desde a guerra do Paraguai, sentiu-se soberano em diversas situações como por exemplo na proclamação da República, empreendendo um golpe diante da monarquia. O golpe de 1964, marcando mais de cem anos de experiência do Exército Brasileiro só salientou a crença da superioridade das Forças Armadas diante de qualquer forma de governo e constituição, de modo que segundo os militares somente eles poderiam pôr fim ao comunismo e a corrupção instaurando a ordem e o progresso.
Ulisses de Almeida e Mello- 1º ano direito noturno
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