Como bem destacaram Karl Marx e Friedrich Engels, a história
da humanidade é caracterizada por um ciclo de acontecimentos. Embora os dois
pensadores tenham chegado a tal conclusão analisando os eventos ocorridos até a
segunda metade do século XIX, ela é, ainda, muito atual. Isto é, ao afirmarem
que o modo de produção capitalista desencadeia picos de produção e venda
seguidos por crises econômicas constantemente, até aquele momento, não tinham
presenciado o grande crash da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929,
desencadeando a crise que durou até 1933 e atingiu todos os Estados
capitalistas da época, nem a crise econômica que perdurou de 1997 a 2001,
tampouco a iniciada em 2008; eles apenas estavam vivenciando a longa crise das
economias industriais europeias que se iniciou em 1876 e durou até 1893. Todas
estas crises decorreram de um aumento desenfreado das margens de lucros em
detrimento da capacidade de comprar e consumir das sociedades.
Dessa forma, para a
dupla, com o intuito de se evitar que aconteçam mais crises capitalistas, as
quais derrubam mais ainda a classe trabalhadora desfavorecida, ou seja, o proletariado,
os pertencentes a este deveriam juntar-se e destronar o modo de produção
vigente desde o final da Idade Média, instalando o socialismo e, sem seguida, o
comunismo, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade
igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos
meios de produção.
De acordo com Marx e Engels, o capitalismo é injusto, pois
uma pequena parte da população, a burguesia, detém a maior parte dos meios de
produção, além de não dar espaço aos pequenos burgueses e os seus comércios.
Para terem tanto poder, utilizam-se da mais-valia, a qual consiste na diferença
entre o valor gerado pelo trabalho e o pago ao trabalhador pela sua realização.
Atualmente, de acordo com pesquisas realizadas recentemente, foi comprovado que
as marcas Nestlé, Carrefour, Zara, Hershey’s, Nike, Apple, Coca-Cola, Victoria’s
Secret e Forever 21 submetem os seus trabalhadores a condições próximas à de
escravidão com o fim de produzirem e venderem mais, tendo pouquíssimos gastos
com a manutenção do operariado. Ao fazerem isso, conquistam o mercado de todo o
globo terrestre, como afirmado por Engels em “O manifesto do partido comunista”:
“Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pela produção do país,
encontramos novas necessidades, exigindo, para satisfazê-las, produtos de
terras e climas distantes. No lugar da antiga reclusão e autossuficiência local
e nacional, temos conexões em todas as direções, uma interdependência universal.”.
Eles propõem, assim, que acabem com o capitalismo para todos
terem boas e iguais condições de vida. Além disso, Marx afirma que esse modo de
produção aliena os indivíduos e que todas as instituições nele presentes o
reforçam: o direito, diferentemente do que afirmava Hegel, media as relações
apenas entre os iguais, e não entre todos; seria necessário que todos fossem
iguais para que o direito garantisse a total igualdade entre os cidadãos. O
ideal, portanto, seria que se extinguisse a exploração do homem pelo homem.
Bruna Benzi Bertolletti - 1º ano direito diurno
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