Karl
Marx era considerado um materialista, ou seja, seu pensamento era baseado na
realidade prática. Suas ideias se contrastavam com as de Hegel, já que este possuía
uma visão idealista do mundo, partindo do principio de que a sociedade obedecer
as regras do Estado seria uma coisa natural, inquestionável.
Marx se utiliza da dialética (tese +
antítese = síntese) para explicar seu raciocínio, aplicando-a as relações de
produção, que seriam as relações entre o proletariado e a burguesia (levando em
conta o capitalismo).
O comunismo, para Marx, seria a etapa
final dos sistemas econômicos, já que haveria a erradicação das classes
sociais, chegando-se então a uma situação de “estabilidade”. Em uma frase muito
relevante, Marx traduz tal pensamento: “Os homens contraem relações
determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção
que são correlativas a determinado estágio de desenvolvimento de suas forças
produtivas”. Portanto, para ele, o que define a situação social do individuo
não é a lei, mas sim a esfera econômica.
Marx também faz uma distinção entre
Infraestrutura e Superestrutura. Infraestrutura é a base da sociedade, as
relações econômicas entre os indivíduos, ou seja, a economia em si. Já a Superestrutura
é reflexo da infraestrutura, são todas as demais relações que existem na
sociedade (política, direito...). Portanto, com relação a desigualdade, por
exemplo, se na infraestrutura, que é a economia, a base da sociedade, ela está
presente, em seus reflexos (superestrutura – direito, política...), ela
continuará existindo.
Com relação ao conceito de
mais-valia, Marx diz que todo aquele que vende sua força de trabalho em troca de
um salário para sua sobrevivência (proletário) se encaixa em tal definição, já
que o salário nunca vai ser completamente coerente com o trabalho produzido. A
mais valia seria a diferença entre o produzido pelo proletariado e o valor de
seu salário, sendo que essa diferença vai para o burguês, gerando a dominação
do “rico” sobre o “pobre” e consequente alienação do trabalhador.
O processo revolucionário nos ideais
de Marx e Engels, precisaria inicialmente de uma conscientização coletiva de
tal alienação do proletariado e de sua situação de “explorado”. Defendiam a
ideia de que a classe operária deveria se unir e introduzir, com base no uso da
força, revolução, uma nova forma de organização: a “Ditadura do Proletariado”,
na qual essa classe mais baixa tomaria o poder durante um certo período de tempo,
possibilitando futuramente a adoção do socialismo e comunismo.
Julia Helena Tury Blumer – 1o ano Direito Noturno
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