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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sistema de Engrenagens




Friedrich Engels foi um pensador do século XIX, que se dedicou a realizar um estudo de profunda analise social da época em que vivia. Dentre suas teorias, muitas delas inclusive partilhadas com Karl Marx, Engels descreve com uma analogia o materialismo histórico; esta analogia é a do bosque e as arvores.
Transpondo-as para os tempos atuais, pode-se pensar no bosque como um conjunto de engrenagens, e as arvores, cada uma dessas individualmente. As engrenagens se interligam e relacionam entre si; seus dentes se encaixam uns nos outros, oferecendo movimento a todo o sistema. Todas essas engrenagens, contudo, dependem para continuar com esse movimento daquela que se encontra ao centro, o eixo central do conjunto. Qualquer engrenagem pode ser modificada, alterada ou mesmo trocada, mas não a central, por que é ela quem define as outras; é ela quem define o movimento das outras; ela quem o inicia, e por sua vez, ela é quem tem o poder de o parar.
No entanto, como esse sistema de engrenagens pode se aplicar empiricamente na sociedade?
O eixo central desse conjunto de engrenagens seria o sistema econômico e social em que a sociedade se encontra, e cada uma das engrenagens representa cada instituição da mesma. Estas devem ser observadas não exclusivamente pelo plano individual, mas sim, pertencentes a um conjunto e acima de tudo, relacionadas a seu eixo central.
Ou seja, as instituições sociais, tal como a universidade, os hospitais, o direito e etc, devem sempre ser observadas e analisadas a luz do capitalismo (o eixo central). A universidade inclusive, pode ser utilizada como um exemplo para ilustrar essa questão.
Apesar de certos avanços no espaço tempo, afinal a universidade atual não é a mesma de séculos atrás, tanto as mais antigas quanto as mais atuais ainda tem um propósito em comum: fornecer mão de obra qualificada ao mercado.
Desse modo, todas as outras instituições servem de um modo ou de outro, para atender os interesses desse sistema econômico. As relações de troca, seja essa troca caracterizada por serviços ou por bens, visam o lucro; a noção de propriedade não se desvincula à noção do privado...

 Negar essa analise é renegar que somos sujeitos de nosso tempo, sujeitos ao capital, sujeitos a engrenagem central: “Obcecado com as árvores, não consegue ver o bosque”.

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