Friedrich Engels foi um
pensador do século XIX, que se dedicou a realizar um estudo de profunda analise
social da época em que vivia. Dentre suas teorias, muitas delas inclusive
partilhadas com Karl Marx, Engels descreve com uma analogia o materialismo
histórico; esta analogia é a do bosque e as arvores.
Transpondo-as para os tempos
atuais, pode-se pensar no bosque como um conjunto de engrenagens, e as arvores,
cada uma dessas individualmente. As engrenagens se interligam e relacionam
entre si; seus dentes se encaixam uns nos outros, oferecendo movimento a todo o
sistema. Todas essas engrenagens, contudo, dependem para continuar com esse
movimento daquela que se encontra ao centro, o eixo central do conjunto.
Qualquer engrenagem pode ser modificada, alterada ou mesmo trocada, mas não a
central, por que é ela quem define as outras; é ela quem define o movimento das
outras; ela quem o inicia, e por sua vez, ela é quem tem o poder de o parar.
No entanto, como esse
sistema de engrenagens pode se aplicar empiricamente na sociedade?
O eixo central desse
conjunto de engrenagens seria o sistema econômico e social em que a sociedade se
encontra, e cada uma das engrenagens representa cada instituição da mesma.
Estas devem ser observadas não exclusivamente pelo plano individual, mas sim,
pertencentes a um conjunto e acima de tudo, relacionadas a seu eixo central.
Ou seja, as instituições sociais,
tal como a universidade, os hospitais, o direito e etc, devem sempre ser
observadas e analisadas a luz do capitalismo (o eixo central). A universidade
inclusive, pode ser utilizada como um exemplo para ilustrar essa questão.
Apesar de certos avanços no
espaço tempo, afinal a universidade atual não é a mesma de séculos atrás, tanto
as mais antigas quanto as mais atuais ainda tem um propósito em comum: fornecer
mão de obra qualificada ao mercado.
Desse modo, todas as outras
instituições servem de um modo ou de outro, para atender os interesses desse
sistema econômico. As relações de troca, seja essa troca caracterizada por serviços
ou por bens, visam o lucro; a noção de propriedade não se desvincula à noção do
privado...
Negar essa analise é renegar que somos
sujeitos de nosso tempo, sujeitos ao capital, sujeitos a engrenagem central: “Obcecado
com as árvores, não consegue ver o bosque”.
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