Operários (óleo sobre tela, 1933) de Tarsila do Amaral. |
“O
Trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza produz” (Marx, K. Manuscritos
Econômico-Filosóficos, 1844).
O final
do século XVIII foi marcado pela ascensão do Liberalismo. Nesse sistema, o
Estado não intervém nas relações econômicas e sociais. O poder do Estado é
limitado em prol da liberdade individual. A Revolução Industrial corroborou
para o fortalecimento dessa ideologia burguesa, que prega o afastamento do Estado
nas decisões de produção e de distribuição de riquezas.
Com a
produção nasce o excedente e a posse dos meios de produção, implicando no
surgimento da sociedade de classes. Desde então, os homens são agrupados em
duas classes: a dos proprietários e a dos proletários. As relações de produção
e trabalho vigentes originaram perdas aos trabalhadores, que viram a ideia de
liberdade, em termos de trabalho e de oportunidades, como mera fantasia.
Karl Marx
(1818 - 1883) é considerado o expoente do pensamento antiliberal e o
responsável pelas ideias que influenciaram os movimentos dos trabalhadores no
século XIX. A crítica de Marx evidencia a exploração do trabalhador pelo patrão
e a injustiça social que o sistema capitalista aprofunda na sociedade. Para
ele, a revolução seria o meio necessário para modificar a estrutura da
sociedade, que mantinha e reforçava essa relação socioeconômica desigual entre
proprietários e operários: o Estado servia para preservar a propriedade privada
e assegurar os interesses da burguesia.
Só a ruptura com as instituições
estabelecidas pela e para a burguesia poderia reequilibrar essa relação entre
os agentes socioeconômicos. Nesse contexto, o Estado interferiria para organizar,
produzir e distribuir a riqueza gerada pela sociedade. A sucessão de gerações
que explorariam as forças produtivas seria interrompida e, posteriormente - em
um estágio mais avançado - não haveria propriedade particular, classes sociais
e nem mesmo Estado. O homem reataria com o trabalho digno e promotor da evolução
da sociedade. O intelecto, a habilidade e a capacidade do homem para realizar as tarefas
estariam à disposição para sua plena realização. O livre
desenvolvimento do sujeito seria a premissa para o livre desenvolvimento do
conjunto.
Apesar de
ter inspirado algumas revoluções, como na Rússia, a teoria marxista provou-se falha
na prática, sobretudo pelas tentativas bárbaras para sua implantação e pela
excessiva centralização do poder em prol do partido político.
Em 1931,
Tarsila do Amaral participou de uma exposição em Moscou, Rússia; ocasião que
conheceu as ideias e aspirações do Partido Comunista. Atenta à causa operária, Tarsila
pintou a tela Operários em 1933; obra que demonstra a industrialização, a migração
do campo para as cidades e a exploração de uma classe de trabalhadores
marginalizada.
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