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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Operários


Operários (óleo sobre tela, 1933) de Tarsila do Amaral.
O Trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza produz” (Marx, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos, 1844).

O final do século XVIII foi marcado pela ascensão do Liberalismo. Nesse sistema, o Estado não intervém nas relações econômicas e sociais. O poder do Estado é limitado em prol da liberdade individual. A Revolução Industrial corroborou para o fortalecimento dessa ideologia burguesa, que prega o afastamento do Estado nas decisões de produção e de distribuição de riquezas. 

Com a produção nasce o excedente e a posse dos meios de produção, implicando no surgimento da sociedade de classes. Desde então, os homens são agrupados em duas classes: a dos proprietários e a dos proletários. As relações de produção e trabalho vigentes originaram perdas aos trabalhadores, que viram a ideia de liberdade, em termos de trabalho e de oportunidades, como mera fantasia. 

Karl Marx (1818 - 1883) é considerado o expoente do pensamento antiliberal e o responsável pelas ideias que influenciaram os movimentos dos trabalhadores no século XIX. A crítica de Marx evidencia a exploração do trabalhador pelo patrão e a injustiça social que o sistema capitalista aprofunda na sociedade. Para ele, a revolução seria o meio necessário para modificar a estrutura da sociedade, que mantinha e reforçava essa relação socioeconômica desigual entre proprietários e operários: o Estado servia para preservar a propriedade privada e assegurar os interesses da burguesia. 

Só a ruptura com as instituições estabelecidas pela e para a burguesia poderia reequilibrar essa relação entre os agentes socioeconômicos. Nesse contexto, o Estado interferiria para organizar, produzir e distribuir a riqueza gerada pela sociedade. A sucessão de gerações que explorariam as forças produtivas seria interrompida e, posteriormente - em um estágio mais avançado - não haveria propriedade particular, classes sociais e nem mesmo Estado. O homem reataria com o trabalho digno e promotor da evolução da sociedade. O intelecto, a habilidade e a capacidade do homem para realizar as tarefas estariam à disposição para sua plena realização. O livre desenvolvimento do sujeito seria a premissa para o livre desenvolvimento do conjunto. 

Apesar de ter inspirado algumas revoluções, como na Rússia, a teoria marxista provou-se falha na prática, sobretudo pelas tentativas bárbaras para sua implantação e pela excessiva centralização do poder em prol do partido político. 


Em 1931, Tarsila do Amaral participou de uma exposição em Moscou, Rússia; ocasião que conheceu as ideias e aspirações do Partido Comunista. Atenta à causa operária, Tarsila pintou a tela Operários em 1933; obra que demonstra a industrialização, a migração do campo para as cidades e a exploração de uma classe de trabalhadores marginalizada. 

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