Marx
teorizou um novo panorama para a humanidade, inconformado com a realidade do
mundo capitalista: uma sociedade sem classes sociais ou propriedade privada, em
que todos eram donos do meio de produção. Sem opressão, sem abuso, sem
mais-valia, enfim, sem a intolerância da classe burguesa, advinda de processos
revolucionários. Sua obra “O Manifesto Comunista” pode ser entendida como um
manual para a chegada a essa nova sociedade.
A
realidade, porém, foi muito diferente. A esperada revolução proletária – classe
que, diferente das demais e cansada de tanta alienação, seria responsável pela
eliminação das classes sociais, propriedade e qualquer instituição ligada à
burguesia – não ocorria conforme o pretendido. Inicialmente desenvolvida para
países mais “avançados”, como Inglaterra e França, a obra de Marx e Engels foi
melhor absorvida em territórios “atrasados”, como a Rússia, que contou com um
regime baseado na teoria marxista até 1991. Baseado, pois ninguém jamais
conseguiu implantar a ideia dos filósofos até o fim. A burguesia e o regime
capitalista são ferozes e impiedosos.
Os
dois ainda criticam a dialética hegeliana, ao afirmar que essa é falsa, ilusória
e não promove a liberdade de fato. Acreditavam que era necessário buscar a
causa, agir, e não apenas explicar racionalmente o mundo, como Hegel fazia.
Segundo eles, havia muita contradição entre a filosofia alemã, típica hegeliana
(idealizada) e a realidade da Alemanha recém unificada, completamente
incompatíveis e sem solução de sérios problemas.
Com
uma visão inovadora, Marx e Engels causam polêmica e discussões quando são
citados e pensados. Os defensores do capitalismo dizem que o sistema
fundamentado pelos filósofos é falho e nunca deu certo. Devemos lembrar,
contudo, que ele foi aplicado de maneira incompleta e com severas pressões e
repressões norte-americanas. Essa realidade não deve se alterar nos próximos
anos, mesmo com a grande crise do momento, pelo grau de enraizamento do
capitalismo na sociedade, que passou a considerar seus efeitos normais.
Arthur Augusto Zangrandi
1º ano Direito noturno
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