Ferramenta
de reflexão da sociedade atual, o materialismo dialético transcende barreiras
geográficas e temporais. Combatendo o misticismo da dialética corrente, onde a compreensão
dos fenômenos históricos fundamentava-se em seu caráter idealista, traduz a
realidade como síntese de vários movimentos. Supera a filosofia tradicional.
Difere concreto vivido de concreto pensado. Garimpa a indagação do verdadeiro.
Colaboradores
intelectuais e políticos, Marx e Engels colocam em foco a contraposição entre a
“morte” e a “vida” dos objetos e, principalmente, desaprovam o enfoque dado à
rigidez do pensamento. Condenam aqueles que os descrevem como espécie de modelo
fixo, sem mudanças nas projeções futuras, obedecendo apenas a essências ideias.
Exemplo preponderante é a dialética moral do direito – poucas são as coisas em
maior movimento que ela: sua evolução é modelada e orientada pelas forças naturais
e sociais ao integrarem-se à totalidade dos objetos observáveis. A tentativa de
decifrar e compreender as leis do desenvolvimento excede o campo da imaginação.
Têm-se, então, a ciência do real.
A consciência desta dialética trilhou
seu caminho até encontrar-se em terras latino-americanas. A “Teoria Marxista da
Dependência” foi desenvolvida na década de 1960 por intelectuais fortemente
influenciados pelas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, na perspectiva de
repensar a dinâmica social no continente, transformando-se, posteriormente, na
crítica mais consistente aos sistemas autoritários então existentes na época. A
formulação teórica dispõe-se a entender os processos responsáveis pela difusão
do subdesenvolvimento na periferia do capitalismo mundial.
Opondo-se a quem alegava a inviabilidade do capitalismo em
terras “periféricas”, tal teoria apresenta a fórmula do “desenvolvimento do
subdesenvolvimento”. Consiste em sustentar que o avanço capitalista ocorreria –
com a industrialização na América Latina no centro do capitalismo – no entanto,
acentuaria o subdesenvolvimento dessas economias nacionais. A superação deste estado de inferioridade se
daria, assim, pela ruptura com a dependência, diferentemente do que era alegado
e defendido pela industrialização e modernização da economia.
Não
apenas na América Latina em seu período sombrio, marcado pelo desenvolvimento
autoritário, o método marxista difundiu-se por todo o globo e faz-se presente
até os dias atuais. Uma possível indicação de que o homem, enfim, passara a enxergar
o bosque. Ficara de lado sua obcecação pelas árvores?
Isabelle Elias Franco de Almeida
1˚ ano, direito (noturno) – aula 07
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