Reflexões diárias de um proletário
Dia
após dia, acordo antes do sol nascer,
Dia
após dia, desço ao terminal e espero o 137 que sempre demora a sair,
Dia
após dia, olho pela janela do ônibus e vejo as mesmas ruas, as mesmas fábricas,
shoppings e estradas,
Dia
após dia, meu trajeto continua, desço na estação e pego o metro.
Dia
após dia, desço na estação XXX e me dirijo a “minha fabrica”, minha firma
Dia
após dia, me dirijo a essa firma que chamo de minha, mas seus frutos não chegam
a mim
Dia
após dia, bato cartão e vou ao meu ponto de trabalho
Dia
após dia, me vejo naquele torno mecânico
Repito
diversas vezes, mecanicamente os mesmos movimentos
Produzo
sempre a mesma peça
Peça,
Apenas
uma peça das inúmeras que compõe o produto comercializado pela minha
metalúrgica
Não,
não minha, apenas a metalúrgica aonde trabalho, onde vendo meu trabalho
A
peça que produzo se une a diversas outras que depois formam o produto que esta
metalúrgica vende
Não
sei quais outras peças compões esse produto
Pensando
bem, não sei que produto é esse
Meu
salário, imagino, vem do dinheiro que a empresa consegue vendendo esse produto
final
Às
vezes me pego pensando no valor único da peça que produzo,
Me
pergunto se o que ganho corresponde ao que produzo,
Acho
que sim,
Assim
espero.
Elias Manoel do Nascimento Júnior
1º Direito Diurno
Aula 7 – Do Socialismo Utópico ao
Socialismo Cientifico – Friedrich Engels
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