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segunda-feira, 11 de março de 2013

A existência moral na internet


           O ato de pensar é a peculiaridade humana, diferenciando-nos de qualquer outro animal. Para os atenienses, tal ação consistia em questionar tudo ao seu redor, mas não apresentavam fins práticos para o raciocinar.Seria com René Descartes que o pensar tomaria uma forma mais concreta.Através de uma frase de pequena extensão, mas de grande significado (“Penso, logo existo”), o pensador influenciaria quase toda a produção de conhecimento dos séculos posteriores.

No século atual, a ciência tem produzido conhecimentos em espaços de tempo cada vez menores e, devido à troca de informações quase instantânea entre as pessoas, tem sido cada vez mais fácil compartilhá-los. No entanto, é preciso atentar que se há a produção, também existe a reprodução de conhecimentos através dos meios de comunicação, o que pode ser maléfico. Um exemplo disso está na internet. Ela facilita a manifestação de pensamentos, mas ao mesmo tempo dá a possibilidade para que alguns indivíduos se apropriem dos de autoria alheia, declarando-os seus. Dessa forma,eles confrontam a lógica cartesiana, pois sua máxima condiciona a existência moral a um pensar original e com fins práticos.Consequentemente, acabam por anular a sua própria existência moral quando se abstêm da capacidade de raciocinar, usando de má fé a dos outros. Além disso, ao compartilharem ideias sem análises racionais e julgando-as todas como verdades absolutas, colocam em risco a integridade moral de outras pessoas que lerão aquilo e usarão como base para as suas próprias conclusões, resultando em consequências muitas vezes irremediáveis.

Para resolver esse problema observado na internet, seria necessário a predominância da razão sobre os sentidos pessoais de cada usuário da rede, ou seja, deveria-se agir conforme o método racional cartesiano a fim de não causar prejuízos a ninguém.O convívio no mundo virtual seria mais benéfico e a existência moral de cada um estaria portanto conservada. Descartes rejubilar-se-ia.


Lucas Ferreira Sousa Degrande, aluno do primeiro ano de Direito. 



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