O ato de pensar é a peculiaridade humana, diferenciando-nos de qualquer outro animal. Para os atenienses, tal
ação consistia em questionar tudo ao seu redor, mas não apresentavam fins práticos para o raciocinar.Seria com René Descartes que o pensar tomaria uma forma mais concreta.Através de uma frase de pequena extensão, mas de grande significado
(“Penso, logo existo”), o pensador influenciaria quase toda a produção de
conhecimento dos séculos posteriores.
No século atual, a ciência tem
produzido conhecimentos em espaços de tempo cada vez menores e, devido à troca
de informações quase instantânea entre as pessoas, tem sido cada vez mais fácil
compartilhá-los. No entanto, é preciso atentar que se há a produção, também
existe a reprodução de conhecimentos através dos meios de comunicação, o que pode ser
maléfico. Um exemplo disso está na internet.
Ela facilita a manifestação de pensamentos, mas ao mesmo tempo dá a possibilidade para
que alguns indivíduos se apropriem dos de autoria alheia, declarando-os seus.
Dessa forma,eles confrontam a lógica cartesiana, pois sua máxima condiciona
a existência moral a um pensar original e com fins práticos.Consequentemente, acabam
por anular a sua própria existência moral quando se abstêm da capacidade de
raciocinar, usando de má fé a dos outros. Além disso, ao compartilharem ideias sem análises racionais e
julgando-as todas como verdades absolutas, colocam em risco a integridade moral
de outras pessoas que lerão aquilo e usarão como base para as suas próprias conclusões, resultando em
consequências muitas vezes irremediáveis.
Para resolver esse problema observado na internet, seria necessário a predominância da razão sobre os sentidos pessoais de cada usuário da rede, ou seja, deveria-se agir conforme o método racional cartesiano a fim de não causar prejuízos a ninguém.O convívio no mundo virtual seria mais benéfico e a existência moral de cada um estaria portanto conservada. Descartes rejubilar-se-ia.
Lucas Ferreira Sousa Degrande, aluno do primeiro ano de Direito.
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